A empresa de agroquímicos Adama, controlada pela holding Syngenta Group, obteve prejuízo líquido de US$ 32 milhões no primeiro trimestre de 2024, informou a companhia nesta quinta-feira, 25. Em igual período do ano passado, a Adama teve lucro de US$ 12 milhões. Em termos ajustados, a companhia passou de lucro de US$ 22 milhões no ano passado para prejuízo de US$ 10 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 27%, para US$ 120 milhões. Na base ajustada, o Ebitda passou de US$ 165 milhões para US$ 132 milhões, recuo de 20%. A receita da Adama caiu 16%, para US$ 1,057 bilhão, refletindo redução de 10% nos preços e recuo de 5% nos volumes, disse a empresa em nota.
O recuo nas vendas foi atribuído aos preços de mercado mais baixos e menor demanda, com a pressão sobre os mercados de proteção de lavouras e de ingredientes ativos da China, disse a empresa. A alta concorrência e uma abordagem de "esperar para ver" também influenciaram o resultado. Além disso, condições climáticas desfavoráveis e a opção por manter níveis mais baixos de estoque para comprar mais perto da temporada de cultivo também pesaram sobre as vendas, disse a Adama.
As vendas na América Latina no primeiro trimestre diminuíram 18%, para US$ 191 milhões. Na América do Norte, as vendas caíram 9%, para US$ 191 milhões. Na Europa, África e Oriente Médio, as vendas tiveram recuo de 15%, para US$ 368 milhões. Na China, houve queda de 16%, para US$ 154 milhões.
Os preços das principais matérias-primas agrícolas continuaram caindo nos primeiros meses de 2024, enquanto a oferta mundial continuou melhorando, segundo a Adama. Mesmo com os preços das culturas acima das médias históricas, o atual nível tem um efeito negativo na renda dos agricultores em comparação com anos anteriores, disse a empresa. Apesar disso, espera-se que a demanda dos produtores permaneça estável. "A situação dos estoques está melhorando, mas ainda há estoques que permanecem acima da média em diversos locais, incluindo o Brasil", afirmou a empresa.
Sobre a situação em Israel, onde a empresa tem sua sede e três unidades de produção, a Adama reforçou que os conflitos geraram restrições não significativas e que a situação não teve impacto material na capacidade da companhia. Sobre os conflitos no Mar Vermelho, a empresa destacou que o tempo e os custos de envio aumentaram significativamente, mas não prevê que isso tenha efeito relevante nos resultados financeiros ou no fornecimento, "embora possa afetar a capacidade de responder rapidamente às mudanças na demanda do mercado".