Economia

Adiamento da Aneel é um sinal ruim, diz Apine

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), Luiz Fernando Vianna, avaliou nesta terça-feira, 29, que o novo adiamento do remanescente da liquidação referente a maio é “um sinal muito ruim para o mercado”. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) postergou hoje para até o dia 28 de agosto o pagamento de R$ 1,322 bilhão referente a débitos das distribuidoras com as geradoras computados no mês de maio, que deveriam ter sido pagos no início de julho.

“Com esses adiamentos sucessivos os geradores já não sabem mais se vão receber e o quanto irão receber em cada liquidação, se os montantes serão totais ou parciais. Como os geradores não estão recebendo, eles também não conseguem honrar seus compromissos e isso pode virar uma reação em cadeia no setor”, alertou o executivo em conversa com o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.

Segundo ele, se algumas usinas térmicas não receberem corretamente seus valores, por exemplo, elas começam a deixar de pagar em dia o combustível utilizado. “A solução para esse problema não pode demorar e ele não pode se repetir todos os meses. A maioria das empresas do setor tem investidores estrangeiros e eles já questionam como foi que o País chegou a essa situação de imprevisibilidade”, completou.

Vianna, no entanto, espera que o novo empréstimo às distribuidoras de energia, estimado em R$ 6,5 bilhões, possa resolver de uma vez por todas essa questão. Mas ele lembra que o rombo do setor ainda não é plenamente conhecido. “Vai depender muito do preço da energia no curto prazo (PLD). Essa conta de R$ 6,5 bilhões foi feita em cima de um dado conhecido, que é a descontratação das distribuidoras, mas também de um dado estimado que tem oscilado bastante, que é o PLD”, concluiu.

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