Mesmo sem a definição sobre o início do velório, dezenas de eleitores e simpatizantes do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, se aglomeram desde as primeiras horas do dia em frente ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo estadual. O clima é de choque com a tragédia que tirou a vida do jovem político de 49 anos.
Parte das pessoas que se concentram nas imediações do Palácio são de admiradores do ex-governador e avô de Campos, Miguel Arraes. “Trabalhei com o avô dele. Eduardo era uma pessoa simples, considero quase como da família”, disse o aposentado João Romão, de 66 anos, que chegou às 6 horas desta manhã e segue à espera de informações sobre o início do velório de Campos.
“Ele foi um ótimo governador. Gosto dele, ele é gente boa”, afirmou o aposentado Marcelo Mello dos Santos, de 49 anos, que também esteve na cerimônia de desincompatibilização de Campos do cargo de governador de Pernambuco, em abril passado.
Os admiradores de Campos falam do inconformismo e da dor da perda do político que aprenderam a respeitar nos últimos anos. “É muita tristeza. Estou chocada. Ele foi um bom governador para todos”, declarou a aposentada Darcy Ferreira, de 58 anos, que chegou cedo à sede do governo estadual acompanhada do marido, o também aposentado Luiz João Santana, de 67 anos.
Cosme Eugênio da Cruz, de 76 anos, veio de Bom Jardim, no interior do Estado, e dormiu na praça em frente ao Palácio. “Faço questão de ver o velório”, disse o eleitor de Campos e antigo admirador de Miguel Arraes, de quem tem um retrato em sua casa. “Arraes era para mim como um pai. Ele deu liberdade ao povo do campo”, comentou. Para Cosme, Campos foi o maior governador que o Estado já teve e se destacou por ter criado escolas técnicas em sua gestão. “O neto (de Arraes) trabalhou demais. Até os últimos dias”, definiu.