Estadão

ADP dos EUA vem abaixo do previsto e contribui para dólar renovar mínimas

Em linha com o exterior, o dólar futuro abriu fraco nesta quarta-feira, 5. Já no mercado à vista, a direção da moeda não é clara. Desde a abertura, alterna pequenas altas e baixas, oscilando perto do fechamento de ontem. Nos dois segmentos, porém, a moeda renovou a mínima intraday em queda logo depois de a ADP divulgar, nos EUA, o relatório de emprego no setor privado referente a abril. Foram criadas 742 mil vagas no mês passado, abaixo da previsão de 800 mil. Depois do dado americano, que serve de referência para o que pode-se esperar para o payroll na sexta-feira, os juros futuros também marcaram mínimas, acentuando o viés de baixa visto logo na abertura.

Mais cedo, o IBGE divulgou que a produção industrial caiu 2,4% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O recuo veio menor que a mediana das estimativas do mercado, mostrando uma atividade menos fraca do que se esperava. O dado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo <i>Estadão/Broadcast</i>, que esperavam uma queda desde 7,30% a 0,20%, com mediana negativa de 3,05%. Em relação a março de 2020, a produção subiu 10,5%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma alta de 1,00% a 13,50%, com mediana positiva de 8,40%.

Sobre os efeitos do dado da ADP sobre os mercados internacionais, o que se observou foi uma reação tímida. Às 9h20, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, recuava 0,02%, a 91,272 pontos.

Perto desse horário, o dólar spot reduzia a queda para -0,04% aos R$ 5,4294 e o futuro, para -0,34%, sendo vendido a R$ 5,4390.

A falta de uma direção única no dólar spot evidencia a igual falta de clareza do investidor sobre os desdobramentos políticos e efetivamente econômicos da dissolução intempestiva e unilateral da comissão mista que discute a reforma tributária. Além disso, a cena política segue conturbada com a CPI da Covid, que hoje ouve o ex-ministro da Saúde Nelson Teich.

Da audiência com Luiz Mandetta ontem, o que se viu foram "trocas de acusações" entre o ex-ministro, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes consideradas "distrações" ao que realmente importa: a condução da agenda prometida de reformas e de melhores soluções para a crise sanitária.

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