O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), minimizou nesta quarta-feira, 8, o vínculo partidário do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Se nós formos fazer uma análise histórica, mais de 30% dos ministros do Supremo Tribunal, nos 20 anos, tinha filiação partidária ou serviram a governos antes de ir ao Supremo. Não é demérito algum. Eles participaram da vida democrática de seu país ou em partidos políticos ou servindo aos governos”, ressaltou Aécio Neves.
O senador lembrou que, após ser indicado pelo presidente Michel Temer para a vaga deixada por Teori Zavascki, morto em acidente aéreo, Alexandre de Moraes se desfilou na terça-feira, 7, do PSDB, partido no qual que ingressou em 2015.
Aécio também disse não vê incompatibilidade no fato de Moraes antes de ser indicado para o STF, ocupar o Ministério da Justiça, cargo considerado de confiança do presidente Michel Temer. Ao falar do tema, o tucano mencionou o histórico do ministro Celso de Mello, decano da Corte. “Ele assessorou diretamente o presidente José Sarney até o momento da sua indicação. Isso faz dele um ministro menor naquela corte? Pelo contrário. Servir ao governo é participar da vida democrática. Isso deve ser louvado. Não podemos cair na cantilena oposicionista, que desconsidera o passado de indicações do próprio PT para fazer esse tipo de acusações”, disse.
Antes de ter o nome confirmado para o STF, Alexandre de Moraes precisa passar por sabatina e votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Em seguida por uma nova votação em plenário.
As declarações de Aécio foram feitas após visita de Moraes ao seu gabinete, que contou ainda com a participação dos demais integrantes da bancada do PSDB do Senado.
Antes da reunião, Moraes também se reuniu com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), para “apresentar as suas credenciais”.
Indicado por Temer para o STF, ele disse que pretende se encontrar com todos os 81 senadores, e não apenas com os integrantes que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Constitucionalmente, é função do Senado analisar o meu currículo e a minha experiência”, declarou.