O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, voltou a afirmar nesta quarta-feira, 16, em sabatina na Capital, que pretende reestatizar algumas empresas públicas brasileiras que foram usadas de forma espúria pelo governo petista, citando o caso da Petrobras. E não descartou que poderá rever, caso seja eleito, o atual modelo de partilha do setor, implantado na gestão petista.
Apesar de admitir que poderá rever o atual modelo de partilha, Aécio não entrou em detalhes, dizendo apenas que pretende analisar com especialistas a matéria e abrir a discussão para setores da sociedade opinarem se este modelo foi eficaz para o País. “O que isso trouxe de benefícios para o País, em que circunstâncias ele pode ser mantido?”, indagou, reiterando que pretende estabelecer regras claras, onde todos saberão o que vai acontecer com a empresa.
Na sua avaliação, a Petrobras é demandada para fazer mais investimentos, mas ao mesmo tempo ela é garroteada no seu caixa para fins de política econômica do governo. “Isso demonstra a inaptidão do governo em conduzir a política macroeconômica e a própria Petrobras.”
Indagado se ainda existe no País espaço para as privatizações, ele disse: “O que precisava ser privatizado, na minha avaliação, já foi privatizado, pois não dá para imaginar o setor de telecomunicações (privatizado no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso) sob a gerência do PT”.
E repetiu que, se for eleito, irá reestatizar empresas públicas que hoje foram privatizadas por interesses escusos pela gestão petista. “A Petrobras será devolvida ao povo brasileiro”, disse, recebendo aplausos do público presente à sabatina promovida pela Folha de S.Paulo, portal UOL, Jovem Pan e SBT. Segundo ele, o governo petista, desde a gestão de Lula até a sua atual adversária nessas eleições, Dilma Rousseff, abriu mão do projeto de País para implantar apenas um projeto de poder. “Isso vai piorar ainda mais a situação da educação e da saúde, da segurança e da economia brasileira.”
Ao falar sobre seus planos para a política de preços da Petrobras, que é reprimida pelo atual governo para não pressionar os índices inflacionários, o tucano foi cauteloso e disse que é preciso analisar o cenário e as planilhas da empresa para tomar a melhor decisão para o setor. E disse que o sistema de partilha deixou o Brasil cinco anos fora do mercado de petróleo, criticou, dizendo que US$ 300 bilhões foram investidos no mercado de petróleo mundial e o Brasil não participou sequer com R$ 1 desses investimentos. “Fora as nomeações políticas e o aparelhamento da empresa.”
E garantiu que não tem ainda em mãos o conjunto de informações necessárias para dizer o que vai fazer no setor de petróleo brasileiro. Mas reiterou que , se eleito, pretende fazer uma gestão transparente que irá dizer claramente à população e ao mercado sobre a política de preços e para a gerência da estatal. E lamentou: “Os equívocos na Petrobras foram enormes”.
O tucano disse que pretende estabelecer uma gestão transparente em sua eventual gestão na Presidência e garantiu que não vai lotear o governo, numa crítica ao que ocorreu na gestão petista. “Será um governo como foi o meu em Minas Gerais, gerido com a mais absoluta transparência, com o Estado proativo, onde 100% dos servidores são avaliados pelo desempenho, têm metas a serem cumpridas e se alcançam tais metas são remunerados com o 14º salário no final do ano”, exemplificou. “Temos de ter gente qualificada para trabalhar, não podemos criar feudos, entregar nacos de poder como entregou o PT a estruturas carcomidas.”
O tucano disse que o que tem a oferecer ao País é a sua história, suas convicções. E defendeu uma nova política nacional de segurança, com a reforma do Código Penal e do Código de Processamento Penal. No seu entender, não existe política de segurança no País.