O Comando da Aeronáutica não conseguiu recuperar as últimas conversas mantidas na cabine de comando do avião Cessna 650, de propriedade do Bradesco, que caiu em 10 de novembro, na divisa de Goiás com Minas Gerais, matando seus quatro ocupantes. Segundo a Aeronáutica, o gravador de voz foi submetido a altíssimas temperaturas quando a aeronave caiu e explodiu, danificando o seu conteúdo. Mesmo assim, a FAB irá encaminhar o equipamento à empresa fabricante do aparelho, a L-3 Aviation Recorders, com sede nos Estados Unidos, para fazer mais uma tentativa na extração de dados, com objetivo de obter elementos para ajudar a desvendar as causas do acidente, uma vez que o piloto não reportou à torre nenhuma pane no avião.
Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pelas investigações do acidente com o avião de prefixo PT-WQH, informou que “os técnicos do Laboratório de Leitura e Análise de Gravadores de Voo (LABDATA) concluíram que a placa dos chips de memória – nos quais são armazenados os dados de voz – sofreu exposição térmica acima dos limites de fabricação do equipamento, por causa do fogo no local do acidente”. Acrescentou ainda que “em função disso, será necessário recorrer ao fabricante, que possui recursos adicionais para atuar nesses casos”. Todo o processo será acompanhado por um investigador do Cenipa.
O avião decolou de Brasília rumo a São Paulo e 25 minutos depois sumiu da tela do radar do centro de controle de tráfego aéreo. O piloto não reportou aos controladores qualquer problema na aeronave. No acidente, morreram dois executivos do Bradesco, o presidente do Grupo Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, e o presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Conduru de Oliveira, além do comandante da aeronave, Ivan Morenilla Vallim, e do copiloto, Francisco Henrique Tófoli.