Na semana passada, a imagem de um peruano de 64 anos que furta uma mala no Aeroporto Internacional de Guarulhos foi divulgada pelos telejornais das principais emissoras. O homem, que não teve a identidade revelada pela polícia, age como se fosse passageiro e pega a bolsa de uma mulher. Mas ela percebe, vai atrás dele e recupera a bagagem. O ladrão devolve, se desculpa, finge que foi por engano e vai para outra parte do aeroporto. Quinze minutos depois, ele já está em outro terminal de Cumbica e tenta o golpe novamente. Mas os seguranças tinham sido alertados pela central de monitoramento e o prendem.
As imagens foram captadas por algumas das duas mil câmeras de segurança do Aeroporto de Guarulhos, o espaço interno mais vigiado de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do aeroporto, o número de câmeras chegará a cerca de 2,5 mil até a Copa do Mundo. "Com a finalização do projeto de instalação de câmeras de segurança, o objetivo é que não exista mais nenhum ponto cego no aeroporto", afirma a companhia que administra o terminal.
Para se ter uma ideia do nível de monitoramento ao qual pretende chegar o Aeroporto de Guarulhos, o Metrô de São Paulo possui 1.016 câmeras instaladas nos mezaninos, plataformas, áreas de acesso e circulação de todas as suas estações. Além disso, cada um dos trens novos ou modernizados que estão em operação contam com 24 câmeras, somando um total de 1.248 câmeras internas nas composições.
O Terminal Rodoviário Tietê, o maior de São Paulo, conta com cem câmeras, que monitoram cada um dos espaços interna e externamente. E o Shopping Center Norte, um dos maiores da cidade, tem à disposição do seu departamento de segurança 430 câmeras para vigiar tudo o que se passa no seu interior e no amplo estacionamento.
"Acho que quanto mais câmeras melhor", afirmou a baiana Iracema Macedo, que embarcou na última quarta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O mesmo pensa a passageira Miriam Alves, que ia no mesmo voo para Salvador. "Só quem tem de temer as câmeras são os bandidos. Para nós, usuários, é ótimo."
Já a vendedora Magna Dutra, que trabalha num estante dentro do Terminal 1, toma alguns cuidados. "Acho bom ter as câmeras por uma questão de segurança, mas não posso me descuidar porque sei que estou sendo vigiada durante as seis horas em que trabalho aqui todos os dias."