Principal aposta da presidente Dilma Rousseff para o primeiro ano de seu segundo mandato, o plano de investimento em infraestrutura incluirá a concessão à iniciativa privada do aeroporto de Fortaleza, segundo dois integrantes do governo que acompanham as discussões.
Depois de uma série de reuniões com auxiliares de várias áreas, a presidente passou a discutir os detalhes pontuais de cada projeto que será incluído no pacote, cujo lançamento está previsto para ocorrer no dia 13 ou 14 deste mês em uma grande cerimônia no Palácio do Planalto.
Com o plano, o objetivo do Planalto é destravar o programa de concessões, reverter o desânimo com os rumos da economia, emplacar uma agenda positiva e resgatar a popularidade da presidente.
Além de Fortaleza, o plano de investimento incluirá também a concessão à iniciativa privada dos aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre – neste último, preocupa o governo questões burocráticas relacionadas à desapropriação de áreas.
A inclusão de Fortaleza no programa de concessões atende a uma demanda da presidente, que insistiu na inclusão de um outro aeroporto da Região Nordeste. Para entrar no plano, Fortaleza ganhou a disputa contra Recife.
“Os investimentos têm de ser atrativos, não podem ser questionáveis. Talvez este seja o maior plano de logística da história do País”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo um dos participantes das reuniões para finalizar o pacote. “Agora é a hora da Dilma focada.” O governo também incluiu no programa de infraestrutura uma ferrovia entre Lucas do Rio Verde (MT) e Miritituba (PA) e a hidrovia no Pedral do Lourenço, também no Pará.
Segundo um auxiliar direto da presidente, o valor total dos investimentos pode ficar perto de R$ 150 bilhões, montante acima dos estudos iniciais traçados pela equipe de Dilma.
Modelo
Na reunião de quarta-feira, 6, a presidente se reuniu no Planalto com os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, da Caixa Econômica Federal (CEF), Miriam Belchior, e do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, entre outros, para fechar os últimos detalhes do programa.
Na ocasião, Dilma pediu aos ministros um “aprimoramento do modelo de financiamento dos investimentos”. Dilma também orientou Barbosa a discutir as obras de infraestrutura do pacote com os governadores, para melhorar o canal de comunicação com eles e assegurar a atratividade dos investimentos. “Vai ser um movimento regulado pela demanda. A capacidade de retorno vai ser alta”, garantiu um integrante das reuniões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.