Segundo a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do país, registrou perdas de R$ 799,7 milhões decorrentes da pandemia da Covid-19 em 2021.
Segundo a agência, a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, anunciada na quarta-feira, 01, será realizada somente após anuência da Secretaria Nacional de Aviação Civil, do Ministério da Infraestrutura. “Os valores devidos do reequilíbrio econômico-financeiro serão recompostos por meio de deduções na contribuição fixa devida pela concessionária em 2021 e, caso haja saldo remanescente, por deduções na contribuição variável em 2022″, diz a Anac.
O valor (R$ 799,7 milhões) referente ao desequilíbrio verificado no período para o aeroporto foi atualizado pela inflação até 18 de dezembro. “O pedido analisado pela agência considerou as perdas econômico-financeiras decorrentes da queda de demanda de passageiros do transporte aéreo, derivada da pandemia de Covid-19, especialmente nos voos internacionais, que continuaram impactando o Aeroporto de Guarulhos devido ao fechamento de fronteiras e às barreiras sanitárias adotadas”, informou a nota da Anac.
“O reequilíbrio aprovado pela Anac observa o estrito cumprimento do contrato de concessão, garantindo a manutenção dos investimentos e a continuidade da prestação dos serviços à sociedade, além de mostrar aos potenciais investidores da 7ª rodada de concessão que a agência preza pela segurança jurídica e estabilidade regulatória, conforme observado em cada etapa do processo licitatório”, acrescentou a Anac.
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, é uma empresa do consórcio formado pela Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A.) e ACSA (Airports Company South África). É o maior complexo aeroportuário da América do Sul e também a principal porta de entrada e saída de cargas do Brasil.
Movimentação
Em outubro (último dado disponível), a concessionária registrou a movimentação de 2,48 milhões de passageiros, crescimento de 49,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a GRU Airport. Se comparado com 2019, ano pré-pandemia, houve um recuo de 32,9%. Já o Terminal de Cargas (TECA) se mantém na liderança de volume de cargas, com 29 mil toneladas transportadas no mês.
O mês de outubro contabilizou 2,07 milhões de passageiros com origens ou destinos nacionais, em uma média diária de 583 pousos e decolagens. O resultado dessa movimentação apresenta um crescimento de 37,1% quando comparado com o mesmo mês de 2020, onde foram atendidos 1,51 milhões de passageiros com destinos nacionais. Na comparação com o mesmo período de 2019, houve uma retomada de 72%.
Mesmo com a abertura de algumas fronteiras, o tráfego doméstico ainda continua sendo o mais representativo, registrando cerca de 83,2% do total de passageiros que passam pelo aeroporto, informou a GRU Airport.
Já o tráfego internacional foi responsável por 16,8% do volume total de passageiros transportados no aeroporto em outubro, registrando cerca de 13,4 mil viajantes por dia. Em comparação com igual período de 2020, há um crescimento de 175,1%, com o registro de cerca de 4.900 passageiros por dia. Por outro lado, na base de comparação de 2019, há uma queda de 64,7%, quando a média diária era de 38,1 passageiros com destinos internacionais.
Atualmente, o aeroporto conta com 29 empresas nacionais e internacionais operando regularmente para 29 destinos internacionais, representando uma retomada de 58% quando comparado com os 50 destinos frequentemente operados antes da pandemia. Há voos internacionais regulares para Addis Ababa (Etiópia), Amsterdã, Assunção, Atlanta, Bogotá, Buenos Aires, Chicago, Cidade do México, Cancun, Assunção, Cidade do Panamá, Dallas, Doha, Dubai, Frankfurt, Houston, Istambul, Lisboa, Madrid, Miami, Montevidéu, Newark, Nova York, Paris, Porto, Santa Cruz de La Sierra, Santiago, Zurique e Toronto.