Cidades

Aeroporto mantém vigilantes trabalhando em condições precárias

Profissionais que atuam no mais importante aeroporto brasileiro sobrem com diversos problemas

Enquanto todos os olhos estão concentrados nas obras a serem realizadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos para receber a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, os vigilantes que atuam no local trabalham em condições des favoráveis.

De acordo com o Sindicato dos Vigilantes de Guarulhos, os 600 funcionários dividem duas salas para fazer suas refeições, vestir as fardas e guardar os objetos pessoais.

"As pessoas não têm espaço físico e nem condições favoráveis para desempenharem seu serviço", afirma Miguel Abbud, consultor de segurança do sindicato.

Em virtude do pequeno espaço, muitos profissionais, principalmente mulheres, precisam sair já uniformizados de suas residências, já que o local utilizado para fazer a troca de roupas é compartilhado por todos ao mesmo tempo. "Isso coloca em risco a integridade física desses profissionais que podem ser vítimas de sequestros ou outros males", enfatiza Abbud.

Circulam pelo aeroporto diariamente, em média, 100 mil pessoas de pelo menos 23 países, além de 370 empresas instaladas em uma dimensão de 14 mil km.

Mas, de acordo com Miguel, a segurança não está sendo feita de forma eficaz principalmente pelos equipamentos utilizados. "Eles são munidos de revólveres calibre 38, que há décadas já foram aposentados em outros países, não possuem nem materiais básicos como spray de pimenta e pistola Taser [choque]", afirma Abbud.

Profissionais não contam nem com banheiros químicos

Além desses problemas, os vigilantes que trabalham a céu aberto não possuem nem condições de higiene. "Prometeram um banheiro químico que não foi instalado. Hoje os vigilantes precisam defecar dentro de um saco plástico e jogar fora", afirma Miguel que explica, ainda, que eles ficam isolados dos demais profissionais em uma guarita feita de metal, onde a temperatura se eleva muito nos dias quentes e caem consideravelmente no inverno.

Procurada pelo HOJE a Infraero informou que a responsabilidade de proporcionar condições adequadas de trabalho pertence às empresas contratadas, uma vez em que o serviço é terceirizado.

Duas empresas respondem pela contratação dos vigilantes. A Universo System não se pronunciou a respeito quando procurada. Já a Treze Listas informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que dos 600 funcionários, 280 homens e 20 mulheres fazem parte do seu contingente. Ambos possuem vestiários próprios e a alimentação é feita em refeitórios que não possuem ligações com os vestiários.

Sobre as condições de temperatura e higiene, a empresa informou que por várias vezes comunicou a Infraero e depende dela para que as alterações sejam feitas.

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