O presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, afirmou nesta quarta-feira, 11, que o valor da energia proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o leilão A-1 a ser realizado em 11 de dezembro é inferior aos valores negociados atualmente no mercado livre. A proposta de um valor máximo de R$ 149/MWh para outras fontes que não as térmicas poderia, dessa forma, afastar os geradores de energia do leilão.
“Ainda vemos preços no mercado livre mais altos que esses. Por isso, pode ser que (participar do leilão) faça sentido para algumas empresas, e para outras não”, disse o executivo. Dados da consultoria Dcide revelam que contratos de longo prazo são negociados, neste momento, com um valor médio próximo a R$ 160/MWh, acima dos R$ 149/MWh previstos para outras fontes de energia. A Aneel ainda estabeleceu em R$ 112/MWh, R$ 137/MWh e R$ 167/MWh o valor da energia a ser gerada por térmicas e negociada em contratos de cinco, três e um ano, respectivamente.
O grupo AES, além de potencial ofertante de energia no leilão, também é comprador, a partir da AES Eletropaulo, e por isso analisa a realização do certame com atenção redobrada. No caso da distribuidora, a maior preocupação está relacionada a uma potencial sobrecontratação de energia. O risco de volatilidade em relação à oferta de energia, complementou Soares, é outro ponto a ser analisado. O leilão A-1 tem esse nome porque o fornecimento de energia é válido já a partir do ano seguinte, a partir de 1º de janeiro.
“Será que a lógica de A-1 para energia existente é a única possível ou deveríamos fazer mais leilões de energia existente? Por que esperar o último minuto do último ano? Por que não fazer um A-2 ou um A-3 de energia existente?”, sugeriu.