Na última sexta-feira (8) as afegãs abrigadas em Guarulhos participaram da celebração do Dia Internacional da Mulher realizada na Cáritas Diocesana da cidade. O evento foi organizado pela residência transitória Todos Irmãos, a primeira exclusiva para migrantes e refugiados da Prefeitura de Guarulhos, e reuniu mulheres afegãs acolhidas também em outros espaços, como Povos Fraternos I, Cemeando e Terra Nova I, esta última do governo estadual.
O ponto central do encontro foi dialogar sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e também a respeito da saúde da população feminina. As discussões tiveram a participação de representantes da Cáritas São Paulo e da Organização Internacional para as Migrações. O momento também serviu como uma troca de experiências entre as mulheres, que tiveram acesso a relatos feitos por outras migrantes em que é descrita a importância da luta pelos seus direitos, já que no Afeganistão a população feminina sofre uma série de violações de direitos humanos, como a falta de acesso à educação.
“Reconhecemos a luta das mulheres em muitos países do terceiro mundo, em que elas não desfrutam de seus direitos e são tratadas como cidadãs de segunda classe. Venho de um país onde as mulheres enfrentam a maior segregação de gênero. A população feminina do Afeganistão está privada dos direitos humanos mais básicos, como educação e trabalho. Centenas de mulheres são enviadas para a prisão pelos talibãs sob o pretexto de não estarem adequadamente cobertas ou por se manifestarem contra essas injustiças”, comentou Frishta Hasani, de 26 anos.
