Os críticos do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, dentro do seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), pediram a sua renúncia neste domingo, em meio à preocupação com corrupção nos níveis mais altos do governo, mas o presidente ainda mantém um apoio significativo no partido dividido.
Neste fim de semana, os opositores propuseram uma moção de desconfiança contra Zuma em uma reunião de líderes do CNA, que governa a África do Sul desde 1994. Muitos no partido atribuem o mau desempenho do CNA nas eleições locais no ano passado a escândalos relacionados ao presidente e querem reforçar a sua popularidade antes das eleições nacionais em 2019.
A moção foi proposta pelo membro do partido Joel Netshitenzhe e apoiada pelo ministro da Saúde e pelo seu adjunto, bem como pelo antigo ministro do Turismo, informou o site News24. A emissora estatal SABC disse que o presidente da reunião do Comitê Executivo Nacional não permitiu o debate sobre a moção porque ela não estava na agenda.
Zuma sobreviveu a um movimento similar pela sua deposição em uma reunião do comitê em novembro, mas o mal-estar dentro do partido governista cresceu depois que ele demitiu Pravin Gordhan do ministério das Finanças em uma remodelação do gabinete em março. Gordhan era amplamente respeitado.
Os laços de Zuma com a família Gupta, os empresários imigrantes indianos acusados de tentar manipular os principais líderes do governo para obter ganhos financeiros, também despertaram revolta popular. A edição deste domingo do Sunday Times publicou reportagem sobre e-mails supostamente mostrando o controle dos Guptas sobre alguns ministros do gabinete e empresas estatais, bem como o envolvimento do filho de Zuma, Duduzane Zuma. Os Guptas negam qualquer irregularidade. Fonte: Associated Press.