Estadão

Africanos descartam favoritismo na São Silvestre e temem pela chuva

A São Silvestre movimenta as ruas de São Paulo mais uma vez neste sábado (31), a partir das 7h40 da manhã. Apesar de acontecer na capital paulista, a corrida de rua mais famosa do país não é vencida por um brasileiro desde 2010, quando Marilson dos Santos foi o primeiro a cruzar a linha de chegada. Apesar disso, os corredores africanos não se sentem favoritos para a vitória em 2022.

Atual campeão da Maratona de São Paulo, o etíope Tilahun Nigussie não vê os atletas do continente africano como favoritos para a vitória na Corrida Internacional de São Silvestre e é bem direto ao explicar a razão desse pensamento.

"Para mim não há diferença entre brasileiros e africanos, são todos competidores. Gosto de competir com os brasileiros. Independentemente da nacionalidade, estão todos aqui para competir. Neste ano, competi na Maratona do Rio, era um dos favoritos, mas quem venceu foi um brasileiro (Daniel Nascimento). Então, qualquer um pode ser campeão", disse o atleta.

"Os brasileiros sempre são muito fortes, então é uma briga de igual para igual. Não existe esse pensamento de que os brasileiros são inferiores aos africanos", disse Maxwell Rotich, de Uganda, que é visto como um dos candidatos à vitória no sábado.

FATOR DECISIVO
De acordo com a previsão do tempo para o fim de semana em São Paulo, a chance de estar chovendo no horário da São Silvestre na capital paulista é grande. Para Tilahun Nigussie, qualquer quantidade de chuva pode ser um fator decisivo.

"É um pouco difícil. Se fosse uma maratona em um dia chuvoso, talvez seria um pouco mais fácil, porque optaria por uma certa estratégia. Mas, como é um percurso mais curto, com muitas curvas, realmente será bem complicado. A chegada da corrida conta com uma subida (Av. Brigadeiro Luis Antônio), então, ao tentar fazer esse esforço final, pode haver algum deslize", comentou o corredor.

Tricampeã da São Silvestre, Yimer Wude, da Etiópia, também reconhece que a chuva pode ser um complicador no sábado. Apesar disso, a atleta reconhece uma certa coincidência entre vencer e chover na corrida de rua mais famosa do Brasil.

"Se for um dia chuvoso, vai ser difícil, desafiador. Na Etiópia não estamos acostumados a competir em dias de chuva. Mas, já ganhei três vezes a prova e nessas três vezes choveu", finalizou.

FANTASIAS
Além da força dos corredores africanos, a São Silvestre tem como marca registrada a grande presença de corredores fantasiados. Dentre os já clássicos Super-Homem, Homem-Aranha e Batman, um outro participante também vem se tornando símbolo da prova.

Correndo os 15km descalço e caracterizado como indígena, Kazuí chega em 2022 para sua 26ª participação na prova de rua mais famosa do Brasil. Apesar do grande número de participações, o corredor vê a deste ano com um motivo especial. "É a minha 26ª São Silvestre. 26ª! Não poderia deixar de correr. É a minha forma de homenagear o Pelé. Vou correr por ele também."

Posso ajudar?