Deflagrada nesta terça-feira, 22, pela Polícia Federal, a Operação Xepa, 26ª etapa da Lava Jato, teve como alvo a agência de publicidade Arcos Publicidade Ltda., que teve as contas da Prefeitura de Guarulhos (até dezembro de 2014), Invepar, Ministério da Cultura, Furnas e Hemobrás. Além da ligação direta da Administração Municipal com a empresa de Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, o município também abriga uma das sedes da Construtora Norberto Odebrecht.
A Arcos tem sua matriz na cidade de Recife, em Pernambuco, e concentra suas atividades também nos municípios de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o relatório da Operação Xepa divulgado pelo juiz federal Sérgio Moro, Júnior, que é um dos cinco sócios da empresa, segundo dados da Receita Federal, teria locado um imóvel a 170 metros da unidade que a mesma possui na Capital para encontros com outros operadores do sistema de propina instalado pela Odebrecht.
Na empresa baiana havia um setor denominado de Operações Estruturadas da Odebrecht. Nela Antônio Júnior teria sido o operador direto em três movimentações entre os dias 17 de junho de 2015 e 01 de julho de 2015 que somadas atingem a casa de R$ 1 milhão. Os valores foram entregues para Fernando Reis, Eduardo Barbosa e Fernando Migliaccio, que eram responsáveis pela obra intitulada de Agro Industrial.
Contra ele foi expedido mandado de condução coercitiva, além de busca e apreensão no endereço do imóvel locado. A operação ilícita era coordenada por Alvaro José Galliez Novis, proprietário da Hoya Corretora de Valores e Câmbio, que classifica o processo de pagamento por duas denominações. Quando os valores eram operados em São Paulo o termo utilizado era “Paulistinha” e no Rio de Janeiro de “Carioquinha”.
Guarulhos também abriga uma das sedes da empreiteira Odebrecht, localizada no Jardim Aracília. Segundo dados divulgados pela Polícia Federal, o município estava entre os citados para a deflagração da Operação Xepa, continuação da 23ª Operação da Lava Jato intitulada de Acarajé, que culminou nas prisões dos publicitários João Santana e Mônica Moura, no mês anterior. Na cidade os federais tinham como principal objetivo cumprir mandado de busca e apreensão. No entanto, nem a assessoria de imprensa da Odebrecht e muito menos a da Polícia Federal confirmam o processo naquele local.