O Irã informou nesta quinta-feira que um grupo de agentes especiais libertou um diplomata iraniano sequestrado mais de 19 meses atrás no Iêmen. Trata-se de um raro reconhecimento, por Teerã, da realização de uma operação de inteligência realizada em solo estrangeiro.
O vice-ministro de Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian disse à agência oficial de notícias Irna que agentes de inteligência empreenderam uma “operação difícil e complicada” para garantir a liberdade de Ahmad Nikbakht das “mãos dos terroristas”.
Amirabdollahian afirmou também que a operação aconteceu “numa área muito especial do Iêmen”, sem, porém fornecer mais detalhes.
O diplomata, que atuava na capital iemenita, Sanaa, na época do sequestro, voltou para casa nesta quinta-feira, informou a Irna. A emissora estatal de televisão mostrou imagens de Nikbakht chegando ao aeroporto de Teerã, onde foi saudado por autoridades iranianas, familiares e amigos.
Em julho de 2013, homens armados impediram a passagem do carro do diplomata, quando ele dirigia em Sanaa, forçando-o a entra no veículo em que estavam. Ninguém assumiu a responsabilidade pelo sequestro, que autoridades afirmaram ter sido realizado por militantes da Al-Qeada. Na época, o nome do diplomata não foi divulgado.
O ministro de Inteligência do Irã, Mahmoud Alavi, disse à televisão estatal que seus funcionários realizaram a operação para libertar Nikbakht a um “custo mínimo” e sem ceder às exigências dos sequestradores, comentário que dá a entender que houve negociações a respeito do destino do diplomata.
Em janeiro de 2014 outro diplomata iraniano que trabalhava em Sanaa, o adido econômico da embaixada, Ali Asghar Asadi, foi morto a tiros num movimentado bairro comercial vda cidade.
Autoridades de segurança iemenitas disseram que a investigação indicou que os homens tentaram sequestrar Asadi impedindo a passagem de seu carro, mas quando o diplomata resistiu, decidiram atirar nele e fugir do local.
Na época, as relações entre Irã e Iêmen ficaram prejudicadas e Sanaa disse que o Irã estava se intrometendo em assuntos internos do país.
O governo iemenita e a sunita Arábia Saudita acusaram Teerã de apoiar os rebeldes xiitas do norte do Iêmen, num suposto esforços para desestabilizar o país da Península Arábica. O Irã nega as acusações.
No ano passado, os rebeldes xiitas, conhecidos como houthis, deixaram o norte e abriram caminho pelo território iemenita, tomando a capital, Sanaa, em setembro, e posteriormente assumindo o controle de províncias próximas. Em janeiro, o grupo tomou o poder em Sanaa, dissolvendo o Parlamento e colocando os integrantes do governo em prisão domiciliar. Fonte: Associated Press.