Estadão

Agentes secretas de Israel se disfarçam de médicas e matam terroristas do Hamas em hospital

Agentes secretas israelenses disfarçadas de mulheres civis e médicas invadiram um hospital nesta terça-feira, 30, na cidade de Jenin, na Cisjordânia, e mataram três terroristas do Hamas em um ataque dramático que ressaltou como a violência se espalhou pelo território devido à guerra em Gaza.

O ministério da Saúde palestino disse que as forças israelenses atacaram palestinos dentro da ala de enfermaria do Hospital Ibn Sina, na cidade de Jenin. O ministério condenou o ataque e apelou à comunidade internacional para que pressione o Exército de Israel a suspender operações em hospitais. Um porta-voz do hospital afirmou que não houve troca de tiros, indicando que foi um assassinato seletivo.

As forças israelenses afirmaram que os terroristas usavam o hospital como esconderijo para o armazenamento de armas e munições para ataques terroristas, supostamente inspirados no ataque do Hamas no dia 7 de outubro, que deixou mais de 1.200 pessoas mortas em Israel e é considerado o pior ataque terrorista da história de Israel – e o pior ataque contra judeus desde o Holocausto.

Depois do ataque do grupo terrorista Hamas, as forças israelenses iniciaram uma ofensiva na Faixa de Gaza com bombardeios aéreos e invasão terrestre, deixando mais de 25 mil mortos, segundo o ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo Hamas.

Imagens supostamente de câmeras de segurança do hospital que circularam nas redes sociais mostraram cerca de uma dúzia de agentes de segurança, a maioria delas armadas, vestidas com hijabs na cabeça ou funcionárias do hospital em uniformes médicos. A <i>Associated Press</i> não conseguiu confirmar a veracidade das imagens.

<b>Violência na Cisjordânia</b>

Desde o inicio da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, as forças israelenses entraram diversas vezes na Cisjordânia com o intuito de prevenir atividades terroristas e mataram mais de 380 palestinos, segundo o Ministério da Saúde palestino. A maioria dos palestinos morreu após confrontos com o Exército israelense.

Tel-Aviv apontou que prendeu mais de 3 mil pessoas desde o início da guerra. O Exército afirmou que matou no hospital em Jenin o terrorista Mohammed Jalamneh, de 27 anos, que estava planejando um ataque terrorista. Além disso, os irmãos Basel e Mohammed Ghazawi também foram mortos.

O Hamas afirmou que os três homens eram membros da organização terrorista.

O porta-voz do hospital, Tawfiq al-Shobaki, apontou que nunca as forças israelenses tinham matado pessoas dentro de hospitais em Jenin. "Eles já prenderam pessoas, mas nunca haviam assassinado alguém dentro do hospital." Fonte: Associated Press.

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