Água suja e com resíduos de terra chega diariamente nas residências do Jardim Hanna. Tal situação é vivenciada pelos moradores da rua João Luis Rodrigues da Silva, que relatam uma série de problemas enfrentados devido à péssima qualidade da água.
Os filhos da vendedora, Karina Gouveia, 30 anos, precisam constantemente passar no médico em razão das viroses que eles pegam em razão da água suja. "Não tenho como limpar com frequência a caixa dágua e acho um absurdo ter que pagar em média R$ 100 por mês por uma água que acaba com a saúde das crianças".
A dona de casa, Maria Francileide de Lima, 44, afirma que tem dias que a água vem bem suja, com cheiro de lama podre. "Tenho que deixar a torneira aberta por cerca de 20 minutos para a água ir limpando". Cícera Maria Pinto, 40 anos, também reclama que o chuveiro sempre fica entupido por causa da sujeira acumulada que vem junto com a água. "Preciso trocar o chuveiro constantemente, porque além de ficar sujo, fica impregnada uma cor amarelada na parte inferior do aparelho".
"É uma vergonha enfrentar esse tipo de situação. Há 15 anos, estamos sofrendo com essa água suja", comenta a técnica de enfermagem, Neusa Lima, 51. O pizzaiolo Valdenisio Ferreira Alves, 38, reclama que além da água vir suja não tem hora certa para chegar ou ser cortada. "Tem dia que volto do trabalho e não tem água para eu tomar banho".
Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), um monitoramento apontou que a qualidade da água na região está normal, de acordo com os padrões de potabilidade. De qualquer forma, para identificar alguma possível inconformidade, técnicos da autarquia vão coletar amostras de água para análise; essa coleta será feita no cavalete dos imóveis.
Quanto ao abastecimento de água, o Saae informa que o bairro Jardim Hanna é abastecido pelo sistema preestabelecido de 6 horas com água para 18 horas sem água. Em condições normais, se os imóveis possuírem caixa-dágua adequada, ou seja, dimensionada para a quantidade de moradores, é possível minimizar os efeitos dos períodos sem abastecimento pela rede. De acordo com a norma técnica e o Código de Posturas do Município, os imóveis devem possuir reservatórios de água para, pelo menos, 24 horas de consumo; os dispositivos do imóvel (como descarga e torneiras, entre outros) devem estar ligados diretamente ao reservatório, e não à rede pública de abastecimento de água.