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Água mole em cabeça dura…

Salesópolis situa-se a 100 km de São Paulo. São pouco mais de 16 mil habitantes distribuídos nos 426 km2 dessa estância turística. Fundada em 1857, seu nome significa Cidade de Sales, em homenagem ao quarto presidente da República, Manoel Ferraz de Campos Sales (1898-1902).
 
O que dá destaque a Salesópolis, porém, é o fato de que lá se encontram as nascentes do rio Tietê (água verdadeira, em tupi). O passeio é maravilhoso: rodovias Airton Senna, Mogi-Dutra e SP-088. Após passar pelo centro da cidade, vale a pena ter paciência, pois ainda restarão alguns quilômetros até o Parque Nascentes do Tietê. Os últimos 6.000 metros são percorridos em rústica estrada de terra. O resultado, contudo, compensa o esforço.
 
Em 2004, eu e a esposa estivemos lá. Nós prometemos voltar, assim que o nosso filho estivesse conosco. Esse dia chegou: em 19 de abril, nós três fomos passar a tarde naquela região. O único inconveniente é que nós chegamos ao destino quase no final das atividades. Eram 16h50 quando nós entramos e fomos diretamente à nascente principal.
 
Domingo, final de expediente, porém o atencioso guia Joel nos orientou com toda a tranquilidade que lhe é característica. Ele detalhou: “a 1.027 metros de altitude surgem entre as pedras os filetes de água, que vão unir-se a outras nascentes e afluentes em um percurso de 1.136 km até chegar à foz, no rio Paraná”.
 
É um verdadeiro milagre, pois Salesópolis está a apenas 22 km do litoral. Ocorre que as escarpas da Serra do Mar obrigam as águas a empreenderem o caminho rumo ao interior. Esse aspecto inusitado auxiliou no processo de povoamento das margens do rio, originando 62 cidades paulistas.
 
O Tietê foi registrado pela primeira vez no mapa D’Anvile em 1748. Naquela época, era possível beber sem remorso a água do rio; hoje, no Parque das Nascentes, isso ainda pode ocorrer sem prejuízos à saúde. Pensemos nisso…
 
 
José Augusto Pinheiro, 52, é jornalista guarulhense
 

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