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Água, questão de dignidade

Um dos maiores problemas que afetam a vida do guarulhense é a falta de água. Algo que  se restringia a bairros da periferia, hoje, já atinge as regiões centrais. E não existe segredo nisso: o número de habitantes cresce e o fornecimento de água não avança. Pior: não existe, por parte da Prefeitura, qualquer ação efetiva para buscar novas fontes. Em vez de cuidar da população, inclusive, o prefeito preferiu cuidar da Água e Vida, levando mais de R$ 30 milhões dos cofres públicos só em 2008.


Não há como frear o crescimento de Guarulhos, com a chegada de novos empreendimentos residenciais por todo município. São mais habitantes que irão fazer com o que o consumo aumente. O que fazer? Deixar essa população sem água? Aumentar  o insano rodízio, deixando mais gente sem acesso ao precioso líquido.


Chegar em casa, depois de um dia de trabalho, e ter água para poder tomar um banho é questão de dignidade. É humilhante não ter como lavar sua roupa ou sua louça. Em muitos casos, a população é obrigada a comprar água, de origem incerta, até para beber ou preparar suas refeições.


Por tudo isso, estamos propondo um verdadeiro choque no abastecimento de Guarulhos. Um administrador que se preze não pode ficar anos assistindo o caos sem se mexer. Há informações, até imprecisas, de que a perda de água, seja por vazamentos, por furtos ou por problemas na rede, chega a 50% de todo o volume oferecido no município. Ora, o Saae tem a obrigação de realizar esse mapeamento.


Se a rede não é adequada, precisa ser refeita. Se há furtos, têm que ser identificados. Se há vazamentos, devem ser contidos. Isso tudo depende de vontade política. De uma administração séria envolvida com os interesses da população. Ficar eternamente atribuindo a carência de água à Sabesp, empresa estadual que vende o produto no atacado ao Saae, é desculpa para boi dormir.


Guarulhos precisa ser auto-suficiente no abastecimento. Por que não buscar soluções em regiões ou países que sofrem com o mesmo problema, mas que encontraram formas para atender as necessidades da população? O tema sustentabilidade está em alta. Devemos motivar os moradores a criarem formas de reuso ou reaproveitamento da água da chuva para determinadas utilizações, como na limpeza.


O governo que está aí há 12 anos foi reprovado no quesito abastecimento. A água é a vida da população. Deve ser tratada como prioridade.  Sem chororó mas com atitudes firmes, que visem resolver os problemas. Rodízio de água é uma vergonha para a cidade. E nós assumimos aqui um compromisso com o cidadão de acabar com mais essa vergonha, proporcionada por uma administração incompetente.


 


Carlos Roberto de Campos


Empresário, suplente de deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.

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