A Agência Internacional de Energia (AIE) informou em comunicado divulgado nesta sexta-feira que houve um acordo entre seus 31 membros para uma nova liberação de reservas de petróleo, "em resposta à turbulência no mercado causada pela invasão russa da Ucrânia". A entidade diz que detalhes sobre essa liberação serão tornados públicos apenas no início da próxima semana.
A AIE tem um "compromisso forte e unificado para estabilizar os mercados globais de energia", diz o texto, após reunião extraordinária do conselho da entidade, em nível ministerial, presidida pela secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm.
No mês passado, a AIE já havia concordado em liberar um total de 62,7 milhões de barris das reservas de seus membros, lembra a própria entidade na nota. Nesta sexta, os ministros reiteraram sua preocupação com os impactos na segurança energética diante das ações da Rússia e demonstraram apoio às sanções impostas por causa da invasão militar na Ucrânia.
Os ministros expressaram sua solidariedade com o povo ucraniano e o conselho da AIE encorajou seus membros a apoiar a Ucrânia com o envio de derivados de petróleo. A guerra russa "continua a colocar pressão significativa sobre os mercados globais de petróleo", aponta a AIE, o que aumenta a volatilidade dos preços. Os ministros "também notaram as dificuldades em particular nos mercados de diesel".
A AIE lembra que seus estoques emergenciais totalizam 1,5 bilhão de barris, somando todos os membros. O acordo desta sexta representa a quinta vez que ela lança mão desses estoques, com ações anteriores em 1991, 2005, 2011 e em 1º de março do ano atual.
A perspectiva de problemas em larga escala na produção de petróleo russa ameaça criar um "choque global na oferta de petróleo", diz a AIE, destacando o papel importante do país nos mercados de energia, como o terceiro maior produtor global de petróleo e o maior exportador.
Os ministros também discutiram a dependência "significativa" da Europa do gás natural russo. Foi ainda tratado o tema de como avançar nas transições para energia limpa, diz a AIE. Ela afirma, por fim, que continuará a "monitorar de perto" os mercados de petróleo e gás.