A Agência Internacional de Energia (AIE) previu nesta sexta-feira que a oferta global de petróleo poderá cair 7,1 milhões de barris por dia (bpd) este ano antes de haver uma recuperação modesta de 1,7 milhão de bpd em 2021. As estimativas da entidade que tem sede em Paris, apresentadas por meio de seu relatório mensal, levam em consideração que o acordo de corte de oferta feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) continue em vigor.
De acordo com a instituição, o suprimento global da commodity apenas em junho caiu 2,4 milhões de bpd, para 86,9 milhões de bpd. Este é o menor patamar medido nos últimos nove anos. "O cumprimento robusto do acordo de produção da Opep+ e declínios acentuados de outros produtores, liderados pelos Estados Unidos e Canadá, reduziu a produção mundial de petróleo em quase 14 milhões de bpd desde abril", ressaltou a Agência, salientando que se tratou de uma resposta ao colapso sem precedentes na demanda e nos preços do petróleo.
A partir de julho, no entanto, a expectativa da AIE é a de que a oferta de petróleo aumente, já que os produtores reagem aos sinais de recuperação da demanda conforme os bloqueios diminuem em alguns países. Especificamente sobre o forte tombo de junho, a instituição salientou que a baixa ocorreu depois que a Arábia Saudita cortou 1 milhão de bpd a mais além de sua meta combinada na Opep+ e a produção no Iraque e nos Estados Unidos caiu cerca de 500 mil bpd. "Em 86,9 milhões de bpd, a produção em junho caiu 2,4 milhões de bpd na comparação mensal e colossais 13,4 milhões de bpd na comparação anual", enfatizou.
Para este mês, a expectativa de alta do suprimento também é baseada na interrupção do corte adicional voluntário da Arábia Saudita. Além disso, há a perspectiva de que o abastecimento pelos Estados Unidos e o Canadá comecem a mostrar recuperação.