Em sua primeira manifestação pública desde que tomou posse como diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino, afirmou nesta segunda, 31, que o principal desafio da área hoje é a redução do quadro de funcionários, como já vêm destacando os seus colegas. "O grande desafio é humano. Precisamos reforçar o quadro de servidores, principalmente na área de fiscalização", disse na live semanal da autarquia, que teve como tema hoje "Como o BC fiscaliza um banco e protege o seu dinheiro?"
Mas Aquino afirmou que há como dar a "volta por cima", especialmente agregando mais tecnologia ao processo de supervisão bancária. "O sistema financeiro global é muito interconectado, tecnológico. Precisamos necessariamente cada dia mais utilizar tecnologia. Eu brinquei com o time que gostaria de ser lembrado como o diretor de Fiscalização que incentivou o uso intensivo de tecnologia no processo", disse, citando análise de dados, inteligência artificial e segurança cibernética.
O novo diretor ainda defendeu que a fiscalização bancária brasileira é uma referência no mundo e reconhecida por órgãos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Poucos supervisores bancários no mundo tem a quantidade de informação e capacidade de dar resposta tão rápida como o BC", disse, citando as informações diárias sobre liquidez bancária, por exemplo, algo que foi central em episódios de quebra de bancos americanos este ano.
"Temos modelo de supervisão vencedor e monitoramento robusto", completou, dizendo que uma agência de classificação de risco afirmou na semana passada que o Brasil "tem sistema financeiro sólido e muito bem supervisionado", sem citar nomes. Na semana passada, a Fitch, a DBRS Morningstar e a Austin Rating elevaram a nota soberana do Brasil.