O ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse nesta quarta-feira, 29, que há "riscos muito altos" do país entrar em recessão no ano que vem, visto que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está baixo e a inflação continua persistente. Apesar disso, ele vê evolução no quadro econômico nacional, e destaca que a previsão, há um ano, era de "recessão profunda", e hoje as chances de uma contração leve estão perto de 50%.
Em depoimento ao Comitê do Tesouro do Parlamento britânico sobre a Declaração de Outono anunciada na semana passada, Hunt disse que os subsídios apresentados devem fomentar a economia e tentar aquecer o crescimento local.
Ele pontua que a dívida atual do governo está menor do que as previsões apontavam, e isso permitiu algumas medidas, como o congelamento do aumento do imposto sobre combustíveis. Porém, Hunt destaca que esta é uma medida temporária.
Segundo ele, os gastos com subsídios devem permanecer superiores a 0,7% da arrecadação nacional nos próximos cinco anos, contrariando a proposta do ex-primeiro-ministro, Boris Johnson, de colocar um teto nos gastos com subsídios. Hunt se comprometeu a voltar os gastos à meta assim que possível, mas não deu detalhes de como pretende fazê-lo.
Ao longo do depoimento, os integrantes do Comitê do Tesouro demonstraram preocupação com um aumento excessivo de gastos, e duvidaram da capacidade do governo de atrair investimentos, sobretudo o estrangeiro. Hunt disse que o investimento da iniciativa privada e internacional tende a aumentar com os subsídios fornecidos pela Declaração de Outono.
Entre os destaques, ele mencionou os subsídios fornecidos à geração de energia, que devem ser destinados majoritariamente às gerações de energia com carbono zero. A declaração da semana passada prevê 960 milhões de libras para indústrias verdes, a fim de diminuir a dependência de combustíveis fósseis, que é responsável por boa parte da inflação vista no país, segundo o ministro.