Uma das principais startups da economia compartilhada está finalmente chegando à bolsa de valores: nesta segunda-feira, 16, o Airbnb entregou o relatório com pedido para abrir capital na Nasdaq, bolsa americana conhecida por negociar ações de empresas de tecnologia. Com a previsão de usar a sigla ABNB, a companhia de hospedagem demonstrou que teve lucro de US$ 219 milhões e receita de US$ 1,34 bilhão no último trimestre.
É uma boa amostra para os investidores, que ainda discutem se empresas da chamada economia compartilhada – como Uber, Lyft e o próprio Airbnb – são capazes de dar lucro. Segundo o Airbnb, o trimestre positivo não foi o único da empresa – ganhos também aconteceram em trimestres isolados de 2018 e 2019. No ano passado, ao todo, porém, a empresa deu prejuízo de US$ 674 milhões e faturou US$ 4,81 bilhões. Para este ano, a previsão é de faturar US$ 2,52 bilhões, em queda influenciada pela pandemia do novo coronavírus.
A pandemia é citada pela empresa como um de seus maiores fatores de risco. "A pandemia e o impacto das ações para mitigá-la impactaram nosso negócio e vão afetá-lo ainda substancialmente, tanto em operações como no aspecto financeiro", diz o relatório. 2020 não foi um ano fácil para a empresa, que pegou empréstimos de US$ 2 bilhões e demitiu cerca de 25% de seus funcionários.
A expectativa da empresa para os próximos meses é de buscar sua reinvenção, impulsionando viagens domésticas enquanto a vida normal não retorna. "Muita gente também transformou o home office em trabalhar de qualquer lugar. Acreditamos que, nos próximos anos, as barreiras entre viagens e vida normal vão ser borradas. Nossa plataforma se adaptou a essa demanda", diz o Airbnb. No relatório, a empresa afirma que Booking, Expedia, TripAdvisor, Trivago são seus rivais, bem como cadeias de hotel como Marriott e Hilton e a gigante de tecnologia Google.