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Alberto da Costa e Silva recebe o prêmio Camões

O escritor Alberto da Costa e Silva, de 83 anos, recebeu nesta quarta-feira, 29, o Prêmio Camões, criado pelos governos brasileiro e português em 1988. “Não sei se sou merecedor. Como o poeta Manuel Bandeira, eu tenho muita desconfiança com a injustiça dos prêmios. Mas é bom saber que outros leram nossa obra, a apreciaram e recomendam a sua leitura”, disse ele ao jornal O Estado de S.Paulo pouco antes da cerimônia de premiação, na Biblioteca Nacional, no Rio.

Poeta, historiador, diplomata, memorialista, ensaísta e professor, Alberto gosta de ser chamado de escritor. “É o que eu sou.” Para ele, trata-se de um prêmio “muito especial”, porque foi criado para destacar anualmente um escritor de língua portuguesa. “A galeria dos que foram premiados até agora enche de orgulho qualquer um que a ela se incorpore.”

O vencedor do Prêmio Camões em 2013 foi o moçambicano Mia Couto, que integrou o júri desta 26.ª edição com o angolano José Eduardo Agualusa e outros quatro escritores, dois brasileiros e dois portugueses.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, que representaria o governo brasileiro, faltou à cerimônia. De acordo com aviso de pauta divulgado na segunda-feira pelo ministério, ela entregaria o prêmio ao escritor junto com o secretário de Estado da Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier, que estava presente. O motivo da ausência de Marta não foi informado. Durante o evento, que também marcou o aniversário de 204 anos da Biblioteca Nacional, a ministra anunciaria uma premiação na área de audiovisual a membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Alberto Vasconcellos da Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 12 de maio de 1931. Filho do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva, mudou-se para o Rio em 1943. Aos 26 anos, tornou-se diplomata. Foi embaixador na Nigéria (1979-83), em Portugal (1986-90), na Colômbia (1990-93) e no Paraguai (1993-95).

Especialista em África, escreveu mais de 26 livros e recebeu três vezes o Prêmio Jabuti. Em 1997 por Ao Lado de Vera, em 2000 por Poemas Reunidos e em 2003 por A Manilha e o Libambo: a África e a Escravidão, de 1500 a 1700.

Gosta de dizer que se tornou “um viciado em África” após a leitura, aos 15 anos de idade, do livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2000 e integrou o júri do Prêmio Camões em 2001, 2003 e 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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