Alvo de forte expectativa nos últimos anos, Carlos Alcaraz voltou a confirmar as apostas em seu tênis neste domingo. Em uma crescente desde o início da temporada, o espanhol alcançou seu ápice, ao menos até o momento, ao se sagrar campeão do US Open e se tornar o mais jovem tenista a ocupar a liderança do ranking. Os feitos foram alcançados na vitória sobre o norueguês Casper Ruud, numa final de alto nível técnico, por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 2/6, 7/6 (7/1) e 6/3, em 3h20min.
Aos 19 anos, Alcaraz entrou no Grand Slam americano na quarta posição do ranking. Terminou como número 1, sendo agora o mais novo da história a figurar no topo. Também se tornou o mais jovem campeão do US Open desde 1990. Ruud, 7º do ranking, poderia também ter alcançado o posto de número 1, em caso de título. Ocupará a vice-liderança agora. Os dois tenistas se tornaram os mais jovens números 1 e 2 do mundo desde 1975.
Trata-se do primeiro título de Grand Slam de Alcaraz, considerado por muitos como o sucessor do compatriota Rafael Nadal. O maior troféu de sua carreira coroa seu grande ano. Foi o sexto título da carreira, sendo o quinto somente em 2022.
A final masculina foi precedida de uma homenagem às vítimas do atentado de 11 de setembro, que completou 21 anos exatamente neste domingo. Nas arquibancadas, uma série de celebridades, entre atores e atrizes de Hollywood, o comediante Jerry Seinfeld e ex-tenistas, como Andy Roddick, acompanharam o jogo decisivo.
Alcaraz e Ruud marcou mais um capítulo na renovação do tênis masculino, marcada pelo domínio de Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic nas últimas duas décadas. A final deste domingo é a mais jovem da chave masculina do US Open em 32 anos. Em sua primeira decisão de Grand Slam, Alcaraz tem apenas 19 anos. Ruud, em sua segunda final, soma 23.
Diante da expectativa do público por esse duelo da nova geração, a final começou equilibrada, sem sinais de domínio de nenhum lado, nem mesmo quando Alcaraz obteve a primeira quebra de saque da partida. Numa postura mais conservador, o espanhol evitou arriscar após abrir essa vantagem e apenas administrou seus games de serviço até fechar o set inicial.
Exibindo mais variações que Ruud, principalmente com bolas anguladas, Alcaraz passou a esbanjar confiança. Protagonizava os pontos mais bonitos da partida até então. Até que o norueguês iniciou a reação. O game chave foi o sexto, quando Ruud venceu duas lindas trocas de bola seguidas, levantando as arquibancadas e quebrando o serviço do adversário pela primeira vez no confronto.
Com 4/2 no placar da segunda parcial, o norueguês cresceu em quadra e emplacou a segunda quebra logo em seguida, fechando em 6/2 e empatando a final em Nova York. O terceiro set começou com Alcaraz "voltando" para o jogo. Ele se impôs no serviço do adversário logo no primeiro game. Mas não embalou. O espanhol caiu de produção e Ruud devolveu a quebra.
Mais confiante, o tenista da Noruega começou a fazer estrago com suas direitas, levando vantagem nas trocas mais longas. Pressionando o saque do espanhol, Ruud chegou a ter dois set points, ambos salvos pelo adversário. No tie-break, o norueguês decepcionou ao sofrer forte queda de rendimento, devidamente aproveitada pelo espanhol, que voltou a liderar a final, por 2 sets a 1.
A forte reação do espanhol no fim do terceiro set abalou o moral de Ruud. Cabisbaixo, o norueguês perdeu ritmo de jogo e viu Alcaraz crescer ainda mais na partida. A quebra de saque no sexto game, deixando o espanhol com 4/2 no placar, se tornou decisiva. Em seguida, o espanhol confirmou seus games de serviço para sacramentar a vitória e o título inédito.