O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira, 14, que não há nenhuma decisão tomada sobre uma eventual ampliação ou remanejamento de créditos dentro do programa automotivo que permitiu a concessão de descontos patrocinados a carros, caminhões e ônibus. O balanço divulgado hoje pela pasta mostrou que, do montante de R$ 1,5 bilhão de crédito disponibilizado, R$ 340 milhões já foram solicitados pelo setor. Dessa parcela, R$ 150 milhões servirão para os bônus aplicados aos carros, que têm um subsídio total de R$ 500 milhões.
Questionado, Alckmin desconversou sobre a possibilidade de o governo ampliar ou remanejar o crédito disponível para caminhões e ônibus para o segmento de veículos leves, que registra um consumo mais rápido dentro do programa, em vigor desde terça-feira da semana passada. "Não tem nenhuma decisão a esse respeito", respondeu. A partir da insistência de repórteres sobre a questão, o vice declarou: "cada coisa a seu tempo". "Está indo muito bem", disse ainda o ministro sobre a medida.
Perguntado também se o governo teria um segundo plano para a indústria automotiva caso os juros não caiam, Alckmin reafirmou sua confiança de que a taxa começará a registrar quedas. "O cenário de juros vai melhorar. Nós precisamos é nos preocupar com o crédito", disse Alckmin, citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reunião no Palácio do Planalto, teria destacado o tema. "Lula destacou muito hoje cedo o crédito", disse o ministro, que se reuniu com o presidente e o setor de varejo nesta manhã.
Alckmin falou com a imprensa após participar de evento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em Brasília. Durante seu discurso no encerramento da agenda, também falou sobre o nível do juro real. "Juro futuro já está em queda, e temos convicção de que vai ter queda da taxa Selic. Queria chamar atenção porque o juro não está parado em 13,75%, o juro real está subindo, porque, à medida que a inflação cai, estamos aumentando o juro real, mas temos certeza de que o marco fiscal vai estabilizar a dívida e depois ajudar a reduzi-la", afirmou.