Estadão

Alckmin: Não há oposição do governo ao BC nem ao Copom

O presidente em exercício Geraldo Alckmin negou que haja uma oposição direta do governo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o Comitê de Política Monetária (Copom), após a decisão pela manutenção da Selic em 13,75%. Em sua visão, contudo, é difícil entender a decisão da instituição monetária.

"É importante destacarmos que não há oposição do governo ao BC nem ao Copom", declarou Alckmin, em coletiva de imprensa a jornalistas nesta quinta-feira, 21. "Mas a crítica é importante", acrescentou, justificando que qualquer instituição pública pode ser criticada.

De acordo com Alckmin, a manutenção da taxa Selic não prejudica apenas a atividade econômica, na medida que inibe investimento e dificulta o comércio, mas também apresenta impacto fiscal.

"Não há nada pior para questão fiscal do que uma Selic desnecessariamente elevada", declarou. O problema, na visão de Alckmin, é manter por muito tempo a taxa elevada. "Fica difícil de entender (decisão do Copom)", emendou.

Questionado sobre uma politização de Campos Neto, indicado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alckmin se esquivou a responder. "É difícil penetrar na consciência das pessoas, eu não vou fazer, mas vou mostrar fatos: o mesmo Banco Central em 2020, com inflação de 4%, tinha 2% de taxa Selic, hoje temos quase 14%".

Sobre um possível apoio do governo pelo convite a Campos Neto para prestar esclarecimentos ao Senado, o presidente em exercício disse que o objetivo das críticas feitas "não é esse ".

Alckmin também foi questionado sobre uma possível prorrogação do programa de automóveis. O presidente em exercício também se esquivou a responder e disse que o programa está "indo muito bem" e apresentando uma procura enorme.

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