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Alckmin ouve queixas de dependentes químicos

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), passou por uma saia-justa em visita realizada nesta sexta-feira, 5, ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), após ser cobrado por dependentes químicos em tratamento na unidade. Cinco usuários de drogas que disseram estar internados no Cratod reclamaram para o governador enquanto o tucano esteve nas dependências do centro, localizado na região central de São Paulo.

Três deles abordaram Alckmin durante a visita. Robson Costa de Jesus, de 34 anos, Sebastião Alves Vieira, de 32, e Felipe Albuquerque de Jesus, de 23, queixaram-se que se apresentaram voluntariamente para a internação durante a madrugada, mas funcionários do Cratod recusaram atendê-los. “A gente chegou aqui às 2 horas. Porque eu quero me tratar, doutor Alckmin. Mas uma funcionária daqui não nos atendeu”, disse Sebastião, o porta-voz do trio.

Na entrevista concedida após a visita, Alckmin prometeu ampliar os leitos a dependentes químicos de 3 mil para 5 mil em quatro anos e afirmou que os três rapazes que não foram internados serão encaminhados para a unidade do Cratod de Cajamar, na região metropolitana. Também nesta sexta, a campanha tucana dedicou praticamente todo o tempo do horário eleitoral da TV ao assunto, com destaques para o programa Recomeço, mantido pelo governo do Estado.

Alckmin elogiou os funcionários do Cratod durante a coletiva. “Estamos com um investimento muito grande. Eu venho aqui toda semana: às vezes venho de noite, passo a madrugada, venho no domingo. O trabalho não é fácil, mas a equipe é muito dedicada”, afirmou.

Falta de leitos

Quando se preparava para deixar o centro, Alckmin voltou a ser abordado por outros dois usuários que também afirmaram estar internados no local. Leonardo Peter Marques, de 25 anos, começou a reclamar para o governador da falta de leitos e da carência de materiais daquela unidade. Alckmin ouviu o começo das queixas, já entrando no carro. E disse: “A gente vai ver isso tudo”.

O rapaz continuou a reclamar aos jornalistas e disse que um segurança do centro pagou do bolso próprio um almoço para ele pois não havia mais comida no Cratod. “O governador vem aqui sô em ano de eleição tentando mostrar que está tudo em mil maravilhas. Mas não está. Está decaindo”, afirmou ele, ao citar também a falta de funcionários. Ele reclamou ainda de ter que dormir no sofá, já que não há leitos suficientes. diretora da unidade do Cratod, Ana Leonor Sala Alonso, negou que o centro esteja com falta de funcionários e com carência de leitos. Questionada sobre o paciente ter passado a noite no sofá, ela afirmou que a denúncia será verificada.

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