O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, repetiu neste sábado, 26, que não vê como incompatível haver responsabilidade fiscal e ter avanços de natureza social. "Um crescimento com estabilidade. Não pode ter inflação, porque ela não é socialmente neutra, ela onera o mais pobre. O crescimento tem que ter sustentabilidade, não pode destruir meio ambiente", afirmou, em participação em evento organizado pelo grupo de empresários Esfera Brasil.
Segundo Alckmin, o novo governo quer um Brasil que cresça, gere emprego e seja socialmente mais justo. "Esse caminho é possível de alcançar. Vejo com otimismo, embora o cenário internacional seja de crescimento menor. Podemos receber muitos investimentos com a questão da mudança climática", afirmou.
<b>Ministério da Fazenda</b>
Enquanto crescem as apostas no nome de Fernando Haddad para o cargo de ministro da Fazenda no novo governo, o vice-presidente eleito evitou revelar quem será o ministro, mas prometeu o anúncio para breve.
"Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho. O foco do presidente Lula é o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda e melhorar a vida das pessoas. Como eu sei que há uma preocupação fiscal, já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar e vai errar", afirmou, no evento organizado pelo Esfera Brasil.
Alckmin voltou a defender uma agenda de competitividade, com educação de qualidade, abertura comercial, reforma tributária com simplificação de impostos, redução do custo de capital e estabilidade econômica para a atração de investimentos.
"O Brasil precisa fazer mais acordos internacionais e procurar se integrar mais à economia do mundo. Se tiver cunha fiscal, vamos reduzir imposto. Queria cumprimentar o presidente (do Banco Central) Campos Neto pelo PIX, que é um sucesso. Podemos avançar muito", completou.
<b>Saúde</b>
Enquanto o grupo temático (GT) de Saúde do governo de transição pede R$ 22,7 bilhões em recomposição do orçamento do setor em 2023, o vice-presidente eleito, Alckmin, defendeu, no evento, o direcionamento de mais recursos para a área.
"Com a população envelhecendo, mudanças epidemiológicas e medicina mais cara, é evidente que vai precisar de mais recursos (para a Saúde). Governar é escolher", afirmou.
Alckmin garantiu que não haverá uma "bala de prata" para a economia e defendeu um conjunto de reformas e microrreformas. "Pequenas reformas que no seu conjunto farão a diferença. Nada como um dia após o outro. Há muita ansiedade, mas não tenho dúvidas de que as coisas terão um rumo muito positivo para o nosso País", completou.