O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, endossou nesta quarta-feira, 6, o papel de integração do Mercosul em discurso a representantes dos Países do bloco e disse que "integração não se faz apenas com grandes gestos e grandes acordos". Ele é o representante do governo brasileiro no encontro que ocorre até a quinta-feira, 7, no Rio de Janeiro.
O trecho do discurso pode ser associado às dificuldades em avançar com o acordo de livre comércio entre o bloco e a União Europeia, que ficaram mais patentes esta semana.
Antes, havia uma expectativa do governo brasileiro de assinar o acordo ao fim da Cúpula, o que não vai acontecer.
<b>Fragmentação internacional</b>
"Em um momento de aparente fragmentação das relações internacionais, o caminho da integração continua a ser relevante. O caminho da integração pode dar resultados concretos", disse o vice-presidente.
Segundo Alckmin, a reunião dos países do bloco por si só indica a crença de que é possível aprofundar sua integração. "Podemos trabalhar para expandir o comércio e investimentos", continuou.
Ele disse que a integração se faz, também, "no dia a dia, com avanços pontuais, que destravam barreiras e criam oportunidades".
O vice-presidente reiterou a importância do bloco para o Brasil, ao dizer que seus países, juntos, representam o quarto parceiro comercial do País.
"Nossos parceiros no bloco são essenciais no projeto de neoindustrialização", afirmou. Mas ponderou que o comércio intrabloco do Mercosul representa apenas 10% do seu comércio total, porcentual bem inferior ao de outros blocos como União Europeia (60%) e Asean (25%).
<b>Infraestrutura</b>
Em tom de recado aos pares da cúpula, Alckmin disse que, tão importante quanto "baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas" é "prover meios físicos para trocas comerciais".
Sobre isso, afirmou que é preciso avançar em infraestruturas como rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos, além de intercâmbio energético e escoamento das produções.