Em seu discurso de posse como novo ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB) disse que contingenciamentos em início de governo são naturais e que ainda vai discutir com a equipe econômica eventuais cortes na pasta. “Nós temos habitualmente, no início das gestões, contingenciamento de Orçamento. Esse é um tema que vou tratar diretamente com a presidente da República e com os ministros do Planejamento e da Fazenda”, afirmou o ministro.
Em seu discurso de posse na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, Rebelo disse que é preciso fortalecer a agenda da inovação no País, dar maior peso político à área junto ao Congresso e ao governo e valorizar a mentalidade científica como um todo. “A agenda da valorização precisa ocupar um espaço que dote a sociedade da valorização do espírito científico”, enfatizou o ministro, que substitui Clélio Campolina, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O novo titular do ministério pregou a integração da atuação do ministério com Estados, municípios, empresas e entidades do setor e lamentou que a maioria das cidades não tenha uma secretaria voltada para a área da inovação. “A ciência e a tecnologia não pode existir apenas em Brasília ou nos institutos”, afirmou.
Apesar da iminência de cortes no orçamento da pasta, ele defendeu a recomposição dos recursos Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o fortalecimento do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (Finep) e CNPq. Recém-saído do Ministério do Esporte, Rebelo sugeriu uma maior interação entre as duas pastas e lembrou que existe no País uma indústria incipiente que concilia esporte e inovação, como a área da saúde esportiva.
O ministro lembrou que a pasta está associada ao desenvolvimento do País e que é um tema que deve ser tratados com visão política. “A melhor forma de proteger o País e o interesse nacional é fortalecendo e desenvolvendo cientificamente, tecnologicamente, e ampliando as possibilidades de inovação no País. É isso que temos de fazer. Não podemos deixar que o País se transforme em uma colônia tecnológica”, enfatizou.