O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, em uma entrevista exclusiva ao canal Fox News, que as alegações de que a Rússia interferiu nas eleições para impulsionar sua candidatura são “ridículas” – descrevendo o caso como outra “desculpa” dos Democratas para explicar sua vitória.
“É apenas outra desculpa. Eu não acredito”, disse. Esta foi a primeira entrevista para a Fox News desde que Trump ganhou as eleições.
Trump reforçou sua promessa de que irá impor uma tarifa de 35% sobre negócios que moverem empregos para o exterior e disse que a redução de impostos e regulações irá prevenir as empresas de sair dos EUA.
O presidente eleito falou sobre o processo de escolha da equipe de seu governo, defendendo sua decisão em favor de vários generais do exército para cargos importantes.
A expectativa no momento é pelo anúncio do Secretário de Estado. Trump elogiou Rex Tillerson, diretor-executivo da ExxonMobil e sua provável escolha para o cargo. Segundo Trump, Tillerson seria um secretário de Estado de “primeiro mundo”, que “faz grandes acordos na Rússia” e conhece diversos líderes mundiais.
O presidente eleito também afirmou que quer uma cooperação maior com a China em diversos temas como comércio, câmbio, a questão no Mar do Sul e a relação com a Coreia do Norte.
O magnata também prometeu “limpar” e “avançar” o trabalho nas agências governamentais, sem necessariamente desmantelar o legado do presidente Barack Obama.
Segundo a Fox News, Trump tentou ser cuidadoso para não criticar pessoalmente Obama sobre a análise das agências de inteligência em relação ao hackeamento durante as eleições. Entretanto, o presidente eleito deixou claro que rejeita a avaliação das agências até o momento.
“Ninguém realmente sabe o que aconteceu e o hackeamento é muito interessante. Assim que é feito, se você não os pega (hackers) no ato, você nunca mais os pegará”, disse. “Eles (governo) não têm a mínima ideia se é a Rússia, a China ou alguém. Pode ser alguém sentado numa cama em qualquer lugar”, afirmou.
Trump realizou esses comentários em resposta a uma reportagem do Washington Post de que a CIA concluiu uma avaliação secreta de que a Rússia interferiu nas eleições para impulsionar Trump, não apenas para prejudicar a confiança no sistema.
O presidente eleito também rebateu críticas de que seus negócios pessoais criarão um conflito de interesse quando ele assumir o governo e afirmou que “os executivos vão cuidar disso com meus filhos” e que ele “não terá nenhum envolvimento com a administração” dos negócios, segundo a Fox News.
Trump afirmou que está planejando uma coletiva de imprensa na quinta-feira para explicar como irá se separar de seus negócios pessoais. Entretanto, sua equipe de transição não explicou como será essa estrutura.
O magnata nova-iorquino disse que recusou “sete acordos comerciais com um grande player” na semana passada, pois achou que poderia “ser visto como conflito de interesse”.
Trump ainda afirmou que está “com a mente aberta” em relação as questões de mudanças climáticas e está “estudando” o acordo climático de Paris para a redução da emissão de carbono. Entretanto, ele não quer que o acordo coloque os EUA “em uma desvantagem competitiva com outros países”.