O afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) ontem causou reações diversas na Câmara Municipal de Guarulhos. Enquanto o vereador Geraldo Celestino (PSDB) comemorou, o petista Edmilson Souza (PT) lamentou. No meio do caminho, Heleno Metalúrgico (PDT) ponderou, ao dizer que precisa esperar para ver o que irá ocorrer com o mandato do interino Michel Temer (PMDB).
Governo da reconstrução
Celestino afirmou que comemorou a decisão do Senado, apesar de lamentar a situação que o governo do PT deixou o país, já que – segundo ele – os mais prejudicados pela administração de Dilma foram justamente os mais carentes. Disse estar confiante numa boa gestão de Temer, que fará um “governo da reconstrução”, dando condições para o país voltar a crescer.
Luto
Já Edmilson disse que amanheceu de luto, quando – nas palavras dele – o “golpe foi consumado”. Afirmou que o afastamento começou em 26 de outubro de 2014, quando Dilma derrotou Aécio Neves (PSDB). “Ali começaram as alianças entre os setores mais conservadores da sociedade, inclusive aqueles que participaram da ditadura militar”. Esqueceu de mencionar que muitos dos agora chamados de “golpistas” caminharam ao lado do PT nos 13 anos de governo, inclusive o presidente em exercício Michel Temer.
Não teve golpe
Alexandre Dentista (PSDC) colocou pingos nos is. Referindo-se a Edmilson Souza, deixou claro que o PMDB não deu qualquer golpe, já que Michel Temer teve os mesmoS 54 milhões de votos obtidos por Dilma, já que compuseram a mesma chapa na disputa à Presidência. “Se alguém errou, foi seu partido que não soube escolher o vice”.
Diário Oficial Extra
A publicação de uma edição extra do Diário Oficial do Município ontem pareceu bem estranha para alguns setores da oposição em Guarulhos. Como havia algumas dezenas de exonerações, várias relacionadas a vereadores que votaram pela continuidade do processo de afastamento de Almeida (não aprovado), muitos diziam que a Prefeitura estaria abrindo caminho para nomear comissionados que estão deixando seus cargos em Brasília, com o afastamento de Dilma da Presidência.