Depois de o prefeito Guti, de Guarulhos, afirmar que estranhou a exclusão das cidades da região metropolitana da próxima etapa de flexibilização das atividades econômicas e anunciar que terá regras próprias de reabertura na cidade a partir de sexta-feira, os demais prefeitos de cidades da Grande São Paulo também se manifestaram e querem que o governo do estado faça uma revisão imediata da classificação da região nos critérios definidos para iniciar a flexibilização do isolamento social.
A proposta de reabertura econômica foi apresentada em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (27). Dos 645 municípios paulistas, ao menos 62 deles não poderão reabrir parte do comércio a partir de 1º de junho porque ainda estão na fase vermelha do plano estadual de combate ao coronavírus.
Segundo o prefeito de Osasco, Rogério Lins, um documento com o pedido de reconsideração será entregue nesta quinta-feira (28) ao governador João Doria (PSDB). “Vamos entregar um documento, assinado por todos os prefeitos da região, no Palácio do Governo pedindo uma reavaliação da nossa classificação avançando para a fase dois, a fase laranja, onde gradativamente alguns comércios, com muita segurança e colaboração da população, voltem a funcionar”, afirmou Rogério Lins.
Lins defende que Osasco é “praticamente uma extensão da capital”, e afirma que o modelo adotado pelo governo do estado, de separar a Grande São Paulo da capital, “não vai funcionar”.
Argumento semelhante é usado por Guti. “A gente sabe que isso vai criar um grande problema porque o maior movimento pendular do brasil é entre São Paulo e Guarulhos. Temos 38 km de área fronteiriça”, afirmou.
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, Marco Vinholi, secretário estadual de Desenvolvimento, defendeu o critério utilizado e disse que as mudanças poderão ocorrer com o avanço do número de leitos de UTI e a cada sete dias de reavaliação.
“Não tem uma taxa de ocupação [de leitos hospitalares] melhor do que São Paulo. São Paulo tem hoje uma taxa de 75% e a região metropolitana, 92% de ocupação. Então conforme a gente melhorar essa rede de leitos”, afirmou o secretário.
Mudanças de discurso
A taxa de isolamento social, que vinha sendo adotada pelos governos estadual e municipal como um dos principais critérios para definição de medidas – com índice mínimo de 55% – deixou de balizar as ações de contenção da doença.
O índice de isolamento chegou a pautar as medidas tomadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) quando impôs bloqueios em grandes vias e, depois, determinou a ampliação do rodízio na cidade.
O governador João Doria (PSDB) também disse que cidades com números abaixo de 55% estariam automaticamente fora de flexibilizações.
Entretanto, pelas definições apresentadas nesta quarta (27), a disponibilidade de leitos e número de casos passam a ser os principais critérios para possibilitar reaberturas.
Com informações do G1