Depois de garantir que comandará o Ministério do Esporte a partir do ano que vem, o PRB, partido que orbita na área de influência da Igreja Universal do Reino de Deus, passou a pleitear a pasta correlata nos governos estaduais eleitos em outubro. Usando a mesma estratégia do PC do B, que comandou o Esporte na Esplanada dos Ministérios nos últimos 12 anos, o PRB pretende se “especializar” no setor e ocupar esse espaço nas três esferas de poder.
Na esteira da indicação do pastor George Hilton, da Igreja Universal, para comandar o ministério, o PRB emplacou o vereador paulistano Jean Madeira para ocupar a pasta de Esporte na segunda gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. Assim como o ministro, ele também é pastor da Igreja Universal e tem como principal plataforma política o combate ao crack.
Derrotada na disputa por uma vaga para deputada distrital em Brasília pelo PRB, a ex-atleta da Seleção Brasileira de vôlei e medalhista olímpica Leila Barros ocupará a Secretaria de Esporte do Distrito Federal. A vaga foi pleiteada pelo partido ao governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB).
No Ceará, o governador eleito Camilo Santana (PT) acatou a demanda do PRB e escolheu David Durand para comandar a pasta do Esporte. Eleito deputado estadual em outubro, ele também é pastor da igreja.
Da Pesca ao Esporte
O PRB saiu fortalecido das eleições de 2014 e ampliou sua bancada de oito para 21 deputados federais no Congresso.Foi com esse cacife que a sigla exigiu da presidente Dilma Rousseff (PT) uma “promoção” na Esplanada dos Ministérios. Trocou o pouco expressivo Ministério da Pesca, que comandava desde 2012, pelo Esporte, pasta com muito mais visibilidade em tempos de preparação para os Jogos Olímpicos e grande capilaridade nos Estados por meio de convênios.
Com a troca, o Ministério do Esporte deve assumir um novo perfil e passar a investir em projetos voltados para o combate às drogas, a principal bandeira dos projetos sociais da Igreja Universal do Reino de Deus.
A passagem do PRB pelo Ministério da Pesca foi marcada por denúncias de aparelhamento para fins políticos. Em novembro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que superintendências da pasta loteadas pela sigla são alvo de uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público por suspeita de uso eleitoral das carteiras de pescador.
O benefício garante o pagamento de um salário mínimo nos meses em que a pesca de algumas espécies fica proibida (seguro-defeso) e outros auxílios, como aposentadoria especial para os pescadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.