Um homem palestino que matou uma pessoa a facadas e feriu outras seis em Hamburgo, na Alemanha, era suspeito de ser um radical islâmico, mas também foi considerado psicologicamente instável, disseram autoridades alemãs neste sábado. O suspeito é um jovem de 26 anos que não tinha documentos de identidade além de uma certidão de nascimento mostrando que nasceu nos Emirados Árabes Unidos. Ele foi rapidamente controlado pelos transeuntes e preso após o ataque de sexta-feira em um supermercado no distrito de Barmbek, em Hamburgo. O seu nome não foi revelado pelas autoridades de acordo com as leis de privacidade da Alemanha.
O motivo do ataque não foi esclarecido neste sábado, mas acredita-se que ele tenha agido sozinho e não há indícios de que tenha ligações com qualquer rede terrorista, disse o secretário de Interior do Estado de Hamburgo, Andy Grote.
Um juiz emitiu um mandado de prisão formal neste sábado que mantém o suspeito em custódia antes de possíveis acusações de assassinato e tentativa de assassinato, disse a porta-voz da Promotoria de Hamburgo Nana Frombach à agência de notícias Dpa. Ela disse que as autoridades vão avaliar na próxima semana se os procuradores federais, que lidam com casos de terrorismo na Alemanha, devem assumir o caso.
A polícia disse que o suspeito pegou uma faca de cozinha com uma lâmina de 20 centímetros de uma prateleira de supermercado na sexta-feira à tarde e esfaqueou três homens. Um deles morreu. Ele então deixou o supermercado e feriu mais três pessoas do lado de fora, nem todas com a faca. Pessoas que passavam pelo local perseguiram o agressor e conseguiram controlá-lo até a chegada da polícia. Uma outra pessoa ficou levemente ferida quando caiu no tumulto, segundo a polícia.
O suspeito chegou à Alemanha em março de 2015 após paradas na Espanha, Suécia e Noruega. O seu pedido de asilo foi rejeitado no fim do ano passado, e as autoridades estavam tentando garantir novos documentos palestinos para expulsá-lo.
Autoridades disseram que ele estava no radar como um suspeito de ser um radical islâmico, mas não como um “jihadista”. Um amigo do suspeito teria alertado as autoridades sobre mudanças, dizendo que ele parou de beber álcool e começou a falar sobre o Alcorão, disse Torsten Voss, chefe da filial de Hamburgo da agência de inteligência nacional da Alemanha. Os oficiais entrevistaram o jovem e tiveram a impressão de que ele era uma “personalidade desestabilizada”, mas não representava perigo imediato, segundo Voss. “Nós o avaliamos como alguém que era psicologicamente instável mas sem motivações extremistas islâmicas claras”, disse Voss, em entrevista coletiva. Uma busca do quarto do homem em um centro de requerentes de asilo não localizou armas. Fonte: Associated Press.