A Alemanha e a Itália anunciaram nesta quarta-feira que vão enviar, nos próximos dias, armas e equipamentos militares ao Iraque, para dar apoio às tropas curdas que estão em conflito com o grupo sunita Estado Islâmico.
Os alemães afirmam que estão dispostos a prover armas e munições, além de capacetes e óculos de visão noturna. A medida vai de encontro à tradicional postura pacifista da Alemanha, que geralmente se mantém fora dos conflitos internacionais. Há, inclusive, uma lei no país que proíbe o envio de armas e equipamentos militares para zonas de conflitos, mas que prevê algumas exceções, como nos casos em que os interesses alemães estão em risco.
A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, e o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, criticaram a “brutalidade” das ações do Estado Islâmico, que, para eles, “representa uma ameaça para a segurança dos alemães e da Europa como um todo”.
A decisão do país acaba intensificando o debate que existe no país sobre manter ou não a tradicional postura pacifista em questões internacionais. Enquanto muitos políticos ligados à chanceler Angela Merkel se posicionam a favor do apoio às tropas curdas, membros da oposição se colocam contra. Em pesquisa com 1002 alemães, encomendada pela revista Stern, 63% dos entrevistados afirmaram ser contra a ajuda e 30% apoiaram o envio de armas.
No caso da Itália, o envio será de armas mais leves, que já são usadas pelo exército italiano ou que foram confiscadas na Guerra dos Bálcãs, conforme informou a ministra da Defesa do país, Roberta Pinotti. Não é a primeira vez que os italianos decidem ajudar os curdos. Eles já enviaram seis aviões carregados com 50 toneladas de água, comida, barracas e mochilas. “Essa ajuda é necessária no curto prazo, mas é pouco provável que uma solução para esta crise seja encontrada no longo prazo”, disse a ministra das Relações Exteriores da Itália, Federica Mogherini. Fonte: Dow Jones Newswires.