O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier foi reeleito neste domingo, 13, para seu segundo mandato de cinco anos à frente do cargo. Steinmeier, de 66 anos, assumiu o cargo em 2017, sucedendo o ex-pastor luterano Joachim Gauck.
A votação, em formato indireto, foi realizada em uma assembleia parlamentar especial, composta por membros do Parlamento e representantes dos 16 estados da Alemanha. Entre os participantes da assembleia também estavam a ex-chanceler Angela Merkel (sua primeira aparição pública desde que deixou o governo) e Ozlem Tureci, cofundadora e diretora médica da BioNTech, fabricante alemã de vacinas contra a covid-19.
Em discurso neste domingo após o resultado, Steinmeier prometeu que continuará a enfrentar a pandemia de coronavírus, além de combater os inimigos da democracia.
"Minha responsabilidade é por todas as pessoas que vivem em nosso país. Sou não-partidário, sim, mas não sou neutro quando se trata da causa da democracia. Quem lutar pela democracia me terá ao seu lado. Quem atacá-la, terá em mim um oponente", disse.
Ao enfatizar a força de uma sociedade democrática, Steinmeier ponderou que não se pode subestimar os desafios que ela enfrenta, destacando o cenário de enfrentamento da covid-19. "Os oponentes da democracia têm semeado dúvidas ao longo da pandemia sobre nossa capacidade de agir e também sobre as nossas instituições, a ciência livre e a mídia livre", lembrou o presidente.
Em reação à crescente crise entre a Rússia e a Otan na Ucrânia, Steinmeier alertou que o mundo está inserido em um perigo de conflito militar na Europa Oriental. Na visão dele, a Rússia tem responsabilidade pela situação.
"Só posso avisar (o presidente Vladimir Putin)… Não subestime a força da democracia", disse. Ele também afirmou que a formação de tropas da Rússia não pode ser mal interpretada. "É uma ameaça para a Ucrânia. As pessoas de lá têm o direito de viver sem medo e ameaça, com autodeterminação e soberania. Nenhum país do mundo tem o direito de destruir isso e responderemos decisivamente a quem tentar fazê-lo".
Durante seu primeiro mandato presidencial, Steinmeier ganhou reputação como exemplo moral para a nação. Repetidamente, ele pediu às pessoas que se vacinassem contra a covid-19 e se manifestou contra o extremismo e a violência. Em 2020, em um evento no centro memorial Yad Vashem, em Jerusalém, para marcar o 75º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, Steinmeier alertou que os "espíritos do mal" estavam surgindo em uma nova roupagem. "Gostaria de poder dizer que nós, alemães, aprendemos com a história de uma vez por todas", disse ele na ocasião.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, parabenizou Steinmeier pela reeleição, afirmando que ele mostrou estar em condições de falar diretamente com o povo. "É disso que precisamos agora, com todos os desafios que estamos enfrentando em relação à pandemia, mas também, é claro, em relação à garantia da paz na Europa. Ele é o presidente certo no momento certo", disse Scholz.
Antes de se tornar presidente em 2017, Steinmeier atuou duas vezes como ministro das Relações Exteriores da chanceler Angela Merkel e anteriormente foi chefe de gabinete do chanceler Gerhard Schroeder. Ele é o 12º nome a ocupar o cargo de presidente da Alemanha no pós-guerra.
Apesar de ter pouco poder executivo, o presidente da Alemanha é considerado uma importante autoridade moral.(com agências internacionais)