O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo rejeitou nesta terça-feira, 7, a abertura de processo contra o deputado Welligton Moura (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar. A representação havia sido protocolada pela deputada Mônica Seixas (PSOL), que pedia a cassação do deputado por ele ter dito que iria colocar "cabresto na boca" dela. Foram 5 votos contrários e 4 a favoráveis à abertura do processo.
A fala foi dita no dia 18 de maio durante uma sessão. Ao se referir a Mônica, Wellington afirmou: "No momento que eu estiver ali (no cargo de presidência da Casa), vou sempre colocar um cabresto na sua boca porque eu não vou permitir que Vossa Excelência perturbe a ordem dessa Assembleia", disse.
Na véspera, 17 de maio, Mônica reagiu a uma fala reagiu do deputado Douglas Garcia (PTB), ressaltando que transfobia é crime. Neste momento, com dois parlamentares falando ao mesmo tempo, Wellington Moura, que estava presidindo a sessão, pediu que o microfone da deputada fosse cortado.
Os deputados Adalberto Freitas (PSDB), Altair Moraes (Republicanos), Delegado Olim (PP), Campos Machado (Avante) e Estevam Galvão (União Brasil) se posicionaram contra a continuidade do processo. Enio Tatto (PT), Barros Munhoz (PSDB), Marina Helou (REDE) e Maria Lúcia Amary (PSDB) foram a favor. A Erica Malunguinho (PSOL) não esteve na reunião.
No final de maio, Mônica protocolou uma representação criminal contra Wellington na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), pedindo a investigação do parlamentar por injúria racial.
"Houve ofensa à dignidade e decoro da Deputada Monica Seixas em sua forma mais vil e cruel que é utilizando uma ferramenta que pessoas negras escravizadas eram submetidas para que se calassem e servissem ao escravocrata. O Deputado Wellington Moura animaliza a Deputada Monica Seixas, assim como os escravocratas num período já condenado da história do Brasil", disse a representação entregue à Polícia pela deputada.