Alheio ao mau momento da indústria brasileira, que acumulou perda de 5,9% no primeiro trimestre de 2015 em relação a igual período de 2014, o setor extrativo exibe resultados positivos em qualquer tipo de comparação. Só nos três primeiros meses deste ano, a alta na produção foi de 10,3% contra o primeiro trimestre do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Tanto o minério de ferro quanto a extração de petróleo e gás atenuam as perdas nos bens intermediários”, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do órgão. A categoria de bens intermediários foi a que registrou a queda menos intensa no trimestre (-2,8%), enquanto bens de capital e bens de consumo duráveis tiveram recuos de dois dígitos.
Em março, a indústria extrativa registrou alta de 0,5% ante fevereiro e avanço de 8,9% em relação a março do ano passado. Em 12 meses, o aumento da produção chega a 7,3%.
Apesar disso, a produção de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis continuou em queda no mês de março. O recuo foi de 1,4% em relação a fevereiro e de 9,8% ante março do ano passado. A categoria inclui as refinarias de combustíveis derivados do petróleo. “Isso está associado não só a paralisações programadas, mas também à demanda mais lenta do mercado interno”, afirmou Macedo.
Fumo
A maior alta na produção em março veio dos produtos de fumo, com avanço de 26,8% ante fevereiro, segundo o IBGE. Macedo ressaltou, contudo, que o setor vem de um comportamento muito negativo nos seis meses anteriores, período em que acumulou perda de 47,9%. “A queda acumulada nesse período é muito superior ao crescimento de março. Então, houve tão somente uma recomposição de patamar. Há ainda pressões negativas sobre os dois produtos dessa atividade, tanto no fumo processado quanto no cigarro”, disse.
De acordo com Macedo, a valorização do dólar ante o real pode de alguma forma ter incentivado exportações de fumo processado, mas o efeito seria pequeno perto do resultado provocado pela base de comparação. Além disso, ele notou que, em relação a março de 2014, a atividade caiu 9,4%.