De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, 3.259 trabalhadores de hotéis, restaurantes e bares de Guarulhos foram demitidos entre os meses de março e maio, período de quarentena por causa da pandemia de coronavírus.
Com as portas fechadas, os estabelecimentos tiveram queda acentuada na receita. Dependentes do fluxo de pessoas nas ruas, os estabelecimentos de alimentação passaram a trabalhar com sistema delivery, o que não representa nem metade do faturamento normal. Muitos deles, então, suspenderam os contratos de trabalho com seus funcionários.
O mês com maior número de demissões foi março, com 1.347 desligamentos. Em abril a cidade registrou 1.256. Já em maio houve uma queda: foram registradas 656 demissões.
Uma ex-funcionária de um bar localizado na Avenida Paulo Faccini contou ao GuarulhosWeb que, no dia 5 de abril, foi chamada para uma conversa. Os proprietários explicaram que todos seriam desligados por conta da crise e da quarentena. “Eles disseram que não havia previsão de retorno e, por este motivo, todos seriam demitidos. Porém, na reabertura, todos teriam a oportunidade de voltar”, explicou.
Atualmente, o processo de flexibilização de bares e restaurantes restringe os horários de funcionamento. Guarulhos já está na fase amarela do Plano SP, o que permite estabelecimentos gastronômicos reabrirem por apenas 6 horas por dia, sempre antes das 17h.
“Após a primeira liberação do comércio, no dia 6 de julho, sentimos os empresários animados para a retomada. Porém, após a decisão judicial que impediu a reabertura, percebemos agora que o empresário quer ter certeza antes de voltar ao trabalho”, lembrou Wellington Cleber dos Santos, diretor regional do Sinthoresp – sindicato da categoria.
Ainda segundo Wellington, os bares e restaurantes devem ter uma retomada mais rápida, com a liberação definitiva do serviço, uma vez que o segmento depende da circulação dos clientes da cidade. Já os hotéis, que sofre a influência de fatores externos, devem ter uma retomada gradual.
“O empresário e o trabalhador querem a reabertura, mesmo preocupados com a saúde. Estamos falando de uma categoria que possui salário e ainda conta muitas vezes com as gorjetas, e viu sua renda cair bruscamente, com o fechamento dos estabelecimentos”, completou.