O recuo de 0,04% no grupo Alimentação foi a principal surpresa da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) na primeira quadrissemana de julho, afirma o coordenador do indicador, Guilherme Moreira.
Dada essa surpresa, puxada pelo recuo além do esperado nos itens in natura, ele avalia que não seria nenhuma surpresa se os alimentos fecharem este mês em deflação.
"Esse recuo tem a ver com as quedas nas temperaturas. Além dos efeitos na produção, há uma queda de demanda, as pessoas diminuem muito o consumo de legumes, frutas e verduras", detalha Moreira. "Então o movimento veio dentro do esperado, mas parece que essa devolução agora veio mais forte", emenda o coordenador.
Apesar do cenário de recuo nos in natura, Moreira ressalta, por outro lado, que os alimentos industrializados, como pão francês e derivados do leite, seguem pressionados, o que tende a moderar os efeitos de baixa das frutas e verduras.
Entre os pontos de atenção para a inflação do mês, ele destaca ainda os efeitos dos reajustes da Petrobras sobre a gasolina e o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), anunciados no início desta semana. "Isso deve adicionar mais ou menos 0,02 ponto porcentual no índice de julho", calcula.
A projeção de Moreira, por ora, é de IPC-Fipe encerrando este mês em 0,23%.