A redução nos preços dos alimentos arrefeceu a inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 7. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) teve um avanço de 0,17% no último mês, após uma alta de 0,69% em janeiro.
Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação menores. A principal contribuição para a taxa mais baixa do IPC-DI partiu do grupo Alimentação, que passou de alta de 1,23% em janeiro para queda de 0,29% em fevereiro, sob influência de itens como hortaliças e legumes, que saiu de aumento de 15,75% para redução de 1,16% no período.
Os demais decréscimos ocorreram nas taxas dos grupos Educação, Leitura e Recreação (de 2,75% para -0,05%), Vestuário (de 0,34% para -0,76%), Comunicação (de 0,13% para -0,21%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,50% para 0,40%) e Transportes (de 1,12% para 1,11%).
Os destaques foram os itens cursos formais (de 5,84% para -0,02%), roupas (de -0,01% para -0,76%), mensalidade para TV por assinatura (de 0,30% para -1,91%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,04% para -0,27%) e tarifa de ônibus urbano (de 2,08% para 1,18%).
Na direção oposta, pressionaram mais o IPC-DI os grupos Habitação (de -0,47% para 0,19%) e Despesas Diversas (de 0,14% para 0,20%), com avanços na tarifa de eletricidade residencial (de -4,25% para 0,95%) e alimentos para animais domésticos (de 0,58% para 0,87%).
O núcleo do IPC-DI registrou alta de 0,23% em fevereiro ante avanço de 0,44% em janeiro. Dos 85 itens componentes do IPC, 39 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, foi de 50,30% em fevereiro, 19,82 pontos porcentuais abaixo do resultado de 70,12% registrado em janeiro.
Construção
As despesas com materiais na construção também subiram menos em fevereiro, ajudando na desaceleração na inflação do IGP-DI.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) registrou alta de 0,13% em fevereiro, após a elevação de 0,31% registrada em janeiro. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,28% em fevereiro ante um aumento de 0,69% em janeiro. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra não registrou variação (0,0%) em fevereiro, após já ter ficado estável (0,0%) em janeiro.
Pressionaram o INCC-DI em fevereiro os vergalhões e arames de aço ao carbono (1,40%), ferragens para esquadria (2,07%), elevador (0,49%), refeição pronta no local de trabalho (0,92%) e cimento Portland comum (0,56%).
Na direção oposta, ficaram mais baratos em fevereiro os itens massa de concreto (-1,50%), metais para instalações hidráulicas (-0,52%), projetos (-0,30%), tinta a base de PVA (-1,24%) e compensados (-0,94%).