A careta do técnico Jürgen Klopp na reta final do jogo no estádio Diego Armando Maradona, na Itália, reflete bem a estreia do Liverpool na Liga dos Campeões. O vice-campeão levou vexatória goleada do Napoli por 4 a 1, nesta quarta-feira. O goleiro Alisson ainda defendeu um pênalti em dia desastroso do setor defensivo do time inglês.
O jogo terminou como começou, com o Napoli no ataque buscando mais gols e com gritos de "olé" de seus torcedores, que aplaudiram muito a equipe ao fim da partida. Os ingleses deixaram o campo cabisbaixos com largada decepcionante na Liga dos Campeões, repetindo os tropeços do Campeonato Inglês.
Frustrado com o vice-campeonato da temporada passada após parar no goleiro Courtois, do Real Madrid, e perder por 1 a 0, o Liverpool entrou em campo prometendo repetir grande competição. Favorito no Grupo A, porém, começou sonolento e levando sustos diante de um rival ausente na temporada passada.
Com somente 42 segundos, o goleiro Alisson, da seleção brasileira, saiu errado da área, chegou atrasado e acabou driblado por Osimhen, que bateu sem ângulo e acertou a trave. Logo depois, Zielinski chutou rente ao gol. A bola bateu na mão de Milner no caminho e o pênalti acabou confirmado pelo árbitro. O próprio meia polonês bateu para abrir o marcador.
Os ingleses apostavam no trio ofensivo com Mohamed Salah, Luís Diaz e Roberto Firmino, de volta à grande fase. Mas os atacantes nem conseguiram dar trabalho ao goleiro Meret e já estavam em desvantagem.
E não fosse o goleiro Alisson, o prejuízo poderia ser ainda maior com menos de 20 minutos. Aos 16, lançamento para Oshimen, que caiu na área após sofrer um pisão de Van Dijk. Com auxílio do VAR o pênalti acabou anotado. Dois minutos após a verificação, o atacante nigeriano pegou a bola e bateu para defesa do brasileiro. O Napoli ainda desperdiçou o rebote, com Di Lorenzo mandando para o alto.
O time de Jürgen Klopp, então, tentou equilibrar as ações. Alexander-Arnoud assustou em cobrança de falta e Salah quase saiu na cara do goleiro. Dominasse melhor… No ataque com o time inteiro, os ingleses deixavam a defesa exposta para os contragolpes fatais dos italianos.
Em erro de Gomez, a bola sobrou para Oshimen partir livre. O atacante não quis ser fominha e deixou para Kravatskhelia bater e Van Dijk salvar quase em cima da linha. Logo depois, Anguissa tabelou com Zielinski e mandou para as redes. Com oito jogos de invencibilidade no Estádio Diego Armando Maradona na Liga dos Campeões, o Napoli dava lição de contra-ataque aos ingleses.
Com enorme desvantagem, o Liverpool começou a apelar para os chuveirinhos ainda no primeiro tempo. Foram três cabeçadas perigosas que arrancaram aplausos de Klopp. Do outro lado, Luciano Spaletti mostrava total satisfação com seu time, sentado em uma cadeira fora do banco de reservas todo à vontade.
Antes do intervalo, o Napoli viu seu principal homem de ataque, Oshimen, sair machucado. Simeone entrou em seu lugar e no primeiro toque na bola, ampliou para 3 a 0. Gomez mais uma vez perdeu a disputa da bola, Kravatskhelia cruzou e o filho do técnico do Atlético de Madrid apareceu para tocar às redes sem marcação e chorar de emoção.
Klopp voltou do intervalo com Matip na vaga de Gomez, em dia desastroso, para evitar sofrer mais gols e tentar diminuir o resultado. O novo defensor quase fez de cabeça com poucos segundos. Mas quem festejou no primeiro minuto foi o Napoli, em nova jogada com lançamento longo. Alisson salvou a finalização de Simeone, mas Zielinski não teve problemas no rebote e transformou o resultado em goleada.
Aos três, Luís Dias cortou o marcador e diminuiu ao bater da entrada da área. O colombiano quase ampliaria em cabeçada forte espalmada por Meret. Klopp jogou suas últimas fichas com as entradas de Diogo Jota, Thiago Alcântara e Darwin Núñez para tentar diminuir o vexame. Quase levou outro, de Lozano.
O Napoli cansou de perder contra-ataques, parando em Alisson ou errando o alvo. Diante de um Liverpool entregue, os minutos finais foram aos gritos de "olé" e com os ingleses torcendo para o apito final.
No outro jogo do Grupo A, o Ajax não tomou conhecimento do Rangers na Johan Cruyff Arena, goleando por 4 a 0, repetindo o futebol ofensivo e de muitos placares elásticos da temporada passada. Berghuis serviu Alvarez no primeiro gol e depois ampliou. Ainda no primeiro tempo, Kudus fez o terceiro. Já nos minutos finais, Bergwijn fechou a surra.
FINAL MALUCO
Pelo Grupo B, o público presente ao estádio Wanda Metropolitano, em Madri, presenciou um final de jogo maluco. O Atlético de Madrid teve um gol de Koke anulado pelo VAR no primeiro tempo, mas abriu o placar nos acréscimos, com Hermoso marcando aos 47 da segunda etapa. Aos 51, porém, Uribe, de pênalti, salvava o Porto. O empate parecia provável quando Griezmann, aos 56, definiu a vitória dos espanhóis para grande festa.
Outro time que comemorou nesta quarta-feira foi o Brugge. Um ano após ser eliminado no grupo da morte com PSG, Manchester City e RB Leipzig, os belgas iniciaram a nova temporada com triunfo por 1 a 0 sobre o Bayer Leverkusen, gol de Sylla.
Schick até empatou o jogo para os alemães no Estádio Jan Breydel, mas o VAR acusou impedimento no lance e o gol acabou anulado para alívio dos belgas, atualmente em terceiro no campeonato local.