As fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro no fim de semana provocaram a morte de pelo menos 12 pessoas, deixaram quase 600 desalojados e deverão colocar sete municípios em situação de emergência. Além da capital, cuja homologação do decreto foi reconhecida nesta segunda-feira, 15, pela União, as cidades de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti também foram fortemente atingidas e esperam a homologação.
Nesta segunda-feira, o governador Cláudio Castro (PL) se solidarizou com os atingidos, culpou o El Niño pelo grande volume repentino de chuva e disse que a frequência desses eventos "é o novo normal".
"Nós sabemos que, com este ano que a gente está passando, com esta nova realidade, com o El Niño, infelizmente, este é o nosso novo normal. E por isso, o Estado e as cidades têm que ser cada dia mais resilientes", declarou o governador.
Castro se reuniu com secretários e outras autoridades do Estado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central do Rio, no fim da manhã. O governador estava de férias nos Estados Unidos com a família e retornou nesta segunda.
A ausência no Estado no fim de semana provocou críticas nas redes sociais, mas o chefe do Executivo assegurou que estava em contato com sua equipe desde a noite de sexta-feira. "Eu estava fora, aconteceu e no primeiro voo em seguida eu vim", disse. "A gente não governa por rede social."
De acordo com o governador, há "entre 500 e 600 pessoas alojadas ou desabrigadas", mas o total ainda está sendo contabilizado.
Prefeituras das cidades mais atingidas estão cadastrando as famílias para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única pelo governo do Estado. Castro alertou, contudo, que a concessão do benefício atenderá critérios "rigorosos".
O governador também afirmou que vai notificar o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as condições da BR 040, que registrou bolsão d água por mais de oito horas em frente ao Hospital Adão Pereira Nunes.
De acordo com Castro, ele deverá conversar por telefone com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta segunda-feira buscando acelerar investimentos previstos para o PAC, e que têm reflexo direto para diminuir o risco de inundações como as do fim de semana.
Ele citou obras de contenção e limpeza do Rio Botas, em Nova Iguaçu, estimadas em R$ 730 milhões.
<b>Mortes</b>
Ainda segundo o governador, 2.400 militares do Corpo de Bombeiros atuaram no auxílio aos atingidos pela chuva no final de semana. Foram realizados 268 salvamentos. Pelo menos 12 pessoas morreram e duas permanecem desaparecidas. A vítima mais recente foi levada pela enxurrada e encontrada pelos bombeiros.
Diversos pontos do Rio foram inundados pelas chuvas, o que causou forte impacto na mobilidade urbana. No domingo, autoridades orientaram moradores a evitar o deslocamento em bairros da Baixada Fluminense e em parte da zona norte da capital, em especial na Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá.
No domingo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), decretou situação de emergência na cidade. "Com a declaração de situação de emergência, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de respostas necessárias à redução dos efeitos causados pelas chuvas", destacou a prefeitura.