Envolvidas no escândalo da Petrobrás, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão deixaram de ser responsáveis pelas obras de mobilidade urbana da cidade de Guarulhos, bem como pela reconstrução do Trevo de Bonsucesso, que atualmente encontram-se paralisadas, em função da rescisão de contratado realizada pelo prefeito Sebastião Almeida (PT) no inicio deste mês.
Na última quarta-feira, 10, conforme publicação no Diário Oficial, Almeida afirmou ser uma rescisão amigável entre as partes. Era de competência das empresas contratadas a readequação dos corredores de ônibus, passagens subterrâneas, viadutos e alças de acesso, terminais urbanos, estações de transferência, pontos de parada, sistema de monitoramento e controle dos veículos de transporte coletivo urbano.
As benfeitorias têm o custo de pouco mais de R$ 1,4 bilhão e integradas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). No entanto, o prefeito negou que este ato seja em função da preservação da imagem de seu governo, e ressaltou que o rompimento se deu por conta das empresas não estarem aptas às condições estipuladas pela Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do empreendimento.
"De forma nenhuma (sobre preservação de imagem do governo). Tem a ver com o preço da obra, até porque a Caixa tem uma tabela de preços e a empresa que vence o processo licitatório tem que se adequar a essa tabela colocada pelos técnicos da Caixa", justificou Almeida sobre a quebra de contrato com as empresas envolvidas no escândalo da Petrobrás, operação batizada de Lava Jato, deflagrada em meados de março deste ano.
Entretanto, o prefeito afirmou que o consórcio formfdo pela Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão solicitou a suspensão do acordo durante seis meses, bem como as obras propostas e licitadas pelo Governo Municipal, que como alternativa de continuidade dos trabalhos sugeriu para ambas o cancelamento do contrato, que ocorreu no dia 2 deste mês.
"A empresa (Consórcio Andrade Gutierrez / Queiroz Galvão) não queria chegar aos valores propostos pela Caixa. Nós temos obras que precisam acontecer dentro deste mandato e dessa forma não tivemos entendimento nesta questão. Coloquei para eles que não teria a suspensão, e caso não tivessem interesse em tocar o obra que era melhor rescindir", explicou.
Segundo o prefeito, a recontratação será realizada, por meio de licitação, que deve ser publicada em edital, ainda, nesta semana, através da RDC (Regime Diferenciado de Contratação). Ele também afirmou que a paralisação não deve afetar o prazo de entrega das obras previstas para agosto de 2016.
"Vamos contratar normalmente. Caso a publicação seja realizada nesta semana, no final de janeiro já teremos a definição das empresas contratadas para fazer a obra. Vamos contratar pelo Regime Diferenciado de Contratação de obras do PAC, e de jeito nenhum vai afetar o prazo de entrega", encerrou.
Tanto a empresa Andrade Gutierrez quanto a Queiroz Galvão, que são atendidas pela mesma empresa de assessoria de imprensa, foram procuradas, na última segunda-feira, 15, para prestarem os devidos esclarecimentos, mas não se manifestaram até a conclusão desta matéria.