O presidente Jair Bolsonaro pretende criar uma assessoria especial em seu gabinete e nomear para a vaga um militar, que teria a função de ajudá-lo na coordenação das ações do governo. A tarefa deveria caber ao ministro Onyx Lorenzoni, que tem sofrido um processo de perda de atribuições dentro do governo. O convite foi feito para o almirante Flávio Augusto Viana Rocha, atual comandante do 1.º Distrito Naval, no Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Estado na quarta-feira, 5, o presidente apresentou o almirante à reportagem. "Estamos comprando o passe dele da Marinha. Ele vem trabalhar com a gente aqui. Está quase certo. Não vai ser ministro, não, apesar de ele merecer."
Bolsonaro disse que Rocha será mais "um colega para ajudar" no gabinete. Disse que o almirante fala seis idiomas e trabalhou por quatro anos como assessor parlamentar da Marinha no Congresso. Foi nessa época que eles se conheceram. "É sempre bom ter pessoas qualificadas, com o coração verde e amarelo para estar do nosso lado."
O almirante Rocha passou boa parte do dia de ontem no gabinete do presidente. Pode ser visto ao lado dele na transmissão ao vivo para comemorar a absolvição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se livrou do processo de impeachment – o vídeo foi gravado durante discurso de Trump.
Apesar de ter um estilo centralizador, Bolsonaro tem se queixado de sobrecarga com a coordenação do governo, que deveria ser executada pela Casa Civil. A avaliação interna, segundo auxiliares do Planalto, é que Onyx não consegue gerenciar a Esplanada, e a função acaba sendo feita diretamente pelo presidente, que mantém a porta do gabinete aberta para os chefes das pastas.
A ideia é que o almirante, prestes a ganhar a sua quarta estrela, no mês de março, atue como um filtro para os problemas que têm caído diretamente na mesa do presidente. A proposta é que os temas das mais variadas pastas cheguem diluídos a Bolsonaro para que ele tome apenas uma decisão final. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>